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Avaliação - Mistubishi Lancer

Não está entre os mais vendidos. Não tem o melhor acabamento. Não é o campeão de espaço nem de conforto. Mas ainda assim consegue ser melhor do que os "carros de tiozão" Civic e Corolla. O equilíbrio entre os prós e contras faz do Lancer uma das opções mais racionais da categoria, porém o preço e a falta de marketing acabam afastando os compradores. Afinal, vale a pena pagar quase R$100 mil nesse sedã da Mitsubishi?

Os motores empolgam bastante. Todas as versões do sedã são equipadas com um excelente propulsor 2.0 a gasolina de até 160 cv, número impressionante para um sedã médio. O torque é de 20,1 kgfm a 4.200 rpm, que o deixa com desempenho semelhante ao dos Peugeot 308 e 408 THP, que são turbinados. O câmbio é manual de 5 marchas, ou ainda, nas versões mais caras, automático CVT, que deixa o Lancer "um pouco menos" apimentado.

O interior, por mais caprichado que seja, não empolga. Os materiais passam a sensação de solidez, porém falta requinte. Nada que tire os méritos da bela cabine, onde a cor preta domina. O painel tem áreas tanto em plástico rígido quanto em material emborrachado. Ao menos a robustez está bem evidenciada. O painel do motorista é belíssimo, com informações bem limpas e sem confusões. O espaço interno é suficiente para acomodar dois adultos e uma criança com bastante conforto. Os 430 litros do porta-malas são bons, porém estão abaixo da concorrência.

Talvez o maior apelo do Lancer seja o design, extremamente chamativo. As linhas modernas são fruto da atual identidade mundial da Mitsubishi, que está presente também no ASX. A frente é afilada, com farois pequenos e uma bela grade, que casou perfeitamente com os outros itens do carro. A lateral tem poucos vincos e preza pela elegância. A ousada traseira é a parte mais esportiva do veículo, onde ele mantém as características do Lancer Evolution; as lanternas são muito bonitas e se alinham junto à linha de cintura do veículo, deixando assim uma harmonia poucas vezes vista em sedãs.

Os preços espantam logo de cara. Apesar de não estar muito acima dos japoneses Civic e Corolla, o modelo parte de R$65.900, quase 10 mil reais a mais que Fluence e 408. Traz de série rodas de liga-leve aro 18 de oito raios (215/45), ponteiras de escape e pedaleiras cromadas, direção hidráulica, ar condicionado automático, volante com ajuste de altura ( e comandos dos sistema multimídia e do controle de cruzeiro, computador de bordo, acionamento automático dos faróis e dos limpadores de para-brisa, entre outros. Completo, inclusive com tração nas 4 rodas, chega a R$96.990, preço superior ao de utilitários com tração 4x4. Se o conjunto geral agrada bastante, apesar dos deslizes, o preço é o grande afugentador de clientes do excelente Mitsubishi Lancer. Deveria ser mais valorizado pelas pessoas e pela própria marca.

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