Fotos: Divulgação
A minivan compacta de cinco lugares Meriva é um projeto de designers brasileiros da General Motors supervisionado pelos alemães da Opel, que teve grande interesse em lançar o carro baseado na plataforma do Corsa em toda a Europa.
Já destinado a ser um modelo internacional, a Meriva foi lançada orgulhosamente primeiro no Brasil, com a marca Chevrolet, em agosto de 2002, para só no ano seguinte chegar ao velho continente. O veículo tinha uma proposta interessante: com carroceria de único volume, linhas retas, não seria apenas um carro de passeio para cinco pessoas.
A intenção era oferecer uma posição de dirigir elevada, bom espaço interno vertical e um sistema moderno de rebatimento dos bancos traseiros, chamado FlexSpace, que podia transformar o banco do meio em apoio de braço e também rebater todos os encostos de trás e fazer um assoalho plano.
Só que quando a Meriva chegou na Europa, no ano seguinte, já descobrimos a nossa condição econômica. A versão deles tinha bancos de couro coloridos, controle de estabilidade, airbags laterais e de cabeça, piloto automático, entre outros requintes tecnológicos. Tudo bem (como dizia uma antiga propaganda do Fiesta), aqui no Brasil isso ia custar caro. Os europeus são mais ricos. Pena que na mesma época o sistema FlexSpace sumia à francesa da nossa Meriva.
Em 2007 veio o segundo golpe contra nós, brasileiros. A Meriva europeia foi levemente reestilizada e ganhou faróis que iluminam nas curvas como opcional. A daqui só ganhou um friso na grade da cor do carro para se encaixar no novo padrão estético da Chevrolet.
Os designers brasileiros da General Motors ficaram tão orgulhosos e montados nos próprios louros que se esqueceram que o estilo da Meriva envelheceu. O Corsa também foi renovado na Europa e aqui tende a ser substituído pelo modesto Agile, lançado no ano passado.
Resultado: a Opel deu o tiro de misericórdia no orgulho brasileiro. Seus projetistas alemães pularam na frente e desenharam o belo modelo que você nas fotos.
Os faróis são inspirados na atual geração do Corsa europeu, e também na quarta geração do Astra de lá. A grade no sedã de luxo Insignia, sucessor do Vectra. As lanternas deixaram a verticalidade da coluna traseira para ficarem na conservadora posição horizontal, sem deixar de lado o formato elíptico. A disposição da tampa do porta-malas ficou até muito parecida com o rival Honda Jazz (como o Fit é chamado na Europa).
O perfil é a maior atração da nova Opel Meriva. Os vincos do para-lamas também foram inspirados no Insignia e a linha de cintura desalinhada parece copiada do Citroën C4 Picasso, mas as portas quase inovam ao abrirem em sentidos opostos. É a primeira minivan do gênero a adotar esta disposição, mas o recurso já é usado em picapes de cabine estendida, nos sedãs da Rolls Royce e em concept-cars. Pena que foram mantidas as colunas centrais. O chamado FlexDoor é apenas a abertura das portas laterais traseiras para trás. Claro que melhorou o acesso, mas ficaria melhor se não tivesse a coluna.
Por dentro, os revestimentos têm boa qualidade. O painel ficou com o console inclinado. Só não gostei da aparência simples da parte superior do tablier. Parece que foi inspirada nos modelos brasileiros. Pronto. Só tenho essa crítica.
O resto é para o brasileiro babar mesmo: teto de vidro, câmbio manual ou automático de seis marchas, seis opções de motores entre 75 e 140 cavalos, GPS, faróis com iluminação adaptativa...
Aproveitei que a Opel não divulgou mais detalhes da nova Meriva porque aí sim, o brasileiro ia morrer de inveja mesmo.