Deslizes
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Deslizes


No sexto dia, a paixão já baixou e a racionalidade começa a funcionar, é hora de procurar os defeitos, afinal, o carro custa quase R$70.000, você merece e deve reclamar de tudo que falta.
O problema é que o Sentra era um carro de excelência mecânica, mas pecava nos detalhes, não tinha iluminação nas teclas, não tinha ar-condicionado com regulagem digital, saída de ar traseira, o computador de bordo era limitado e conexão com gadgets se limitava a um cabo P2, nisso ele toma uma surra do Bravo, então vou comparar com o Stilo e o Brava que eu tive que eram profissionais em mimar seu dono.
O painel do Bravo é bonito e bem esportivo, mas se restringe ao motorista, se o passageiro quiser saber a hora, vai ter que perguntar para você, aliás, o passageiro não sabe absolutamente nada do que está acontecendo, o painel isola as informações para o motorista, isso pode ser uma vantagem ou não, quem estiver saindo de um C4 onde é tudo escancarado vai estranhar, eu andei vendo umas fotos antigas e ainda acho o painel do meu antigo Stilo mais bonito, menos esportivo, porém, mais bonito.
Meu Brava tinha retrovisor fotocromático (escurece na medida certa com a incidência da luz), aliás, foi o único carro que eu tive que tinha esse item e eu sinto falta desde então, acho que o Bravo custando o que custa e sendo o modelo top de linha da Fiat, deveria ter esse item, mas é opcional junto com acendimento automático dos faróis e limpadores de para-brisas com sensores de chuva (itens presentes na Montana que eu dispensaria)
Parece que ele tem luzes de cortesia nas portas (o Stilo tinha), o Bravo tem um recorte com um plástico vermelho na quina de cada porta indicando que tem, mas eu nunca as vi acenderem, não sei se é um problema do meu, se eu ainda não aprendi a acionar ou se é uma economia boba.
Tem o espacinho das luzes ali, mas elas deveriam acender, são reflexivas ou são apenas enfeites?

Espaço traseiro também é limitado, perto do Sentra ele é ridículo, por usar a plataforma do Stilo, esperava mais, dedicaram o espaço que deveria ser para os passageiros traseiros para o porta-malas, pois esse é generoso, sua capacidade de 400lts se aproxima dos sedans (ultrapassa no caso do Civic), apesar de que o caimento do vidro traseiro atrapalhe se você for carregar algo mais alto que lhe obrigue a retirar o tampão, isso não vai ser problema nem vai ter muita serventia no meu caso, pois viajo apenas com minha esposa e costumo carregar as coisas no banco de trás mesmo, mas também não vou ter problemas com o espaço traseiro porque raramente alguém anda no banco de trás do meu carro, especialmente alguém alto (com exceção do meu amigo Manu que tem uns 2 metros e vai se contorcer)
O porta-copos é um caso a parte, o Sentra tinha um porta-copos duplo com tamanho ajustável, cabia e segurava desde uma latinha de Red Bull até um copo de 700ml (certamente pensado para o mercado norte-americano), o do Bravo é duplo também e vem com um copinho removível com tampa que se chamaria cinzeiro se fumar não tivesse virado praticamente um crime que eliminou até os acendedores de cigarro (meu Brava tinha e eu fumava na época), o problema é que não cabe uma lata de tamanho normal (355ml) nesses porta-copos, cabe uma longneck ou uma garrafinha de Gatorate, achei um vacilo incrível, ele tem outro porta-latas refrigerado no apoio de braço dianteiro, mas você não vai ficar abrindo toda hora para pegar a lata.
Acima o porta-copos que não cabe uma lata e abaixo o compartimento refrigerado, cabem duas latas nesse compartimento

Vocês devem estar pensando que eu só falei de problemas estúpidos para parecer que o carro é perfeito, isso é quase verdade, nada disso me incomoda muito, mas tem uma reclamação que foi recorrente nas revistas e sites e eu percebi também que é a falta de força quando o turbo não está em ação.
Você liga o carro e ele fica em 900RPM, o Bravo tem um motor 1.4 16v Turbo, mas nesse intervalo entre os 900RPM do carro ligado e os 2000RPM do acionamento da turbina, ele se comporta como um carro 1.4 16v que no caso da Fiat, tem 100cv.
É um pouco agoniante nessa hora, você imagina que pagou mais de R$60.000 em um carro de 100cv, e quem em sã consciência faria isso?
O bom é que isso dura pouco, mas é uma coisa que você sente o tempo todo em lombadas e valetas, para não sentir isso e andar sempre “nervoso” você precisa colocar primeira nessas ocasiões, mas em segunda ele vai, só precisa esperar um pouco, é o giro chegar aos 2000RPM que a brincadeira começa.
Nessa hora, você percebe que está em um carro com potência “artificial”, um carro 2.0 16v com comando de válvulas variável e potência semelhante não passa por isso, mas também não tem a mesma disposição depois dos 2000RPM, é engraçado como o carro turbinado rende mais que os carros de mesma potência, o Gol 1.0 16v Turbo, tinha modestos 112cv, mas acelerava e retomava melhor que qualquer carro de 112cv da época e provavelmente de hoje em dia.
O mesmo acontece com o Bravo, eu dirigi C4, Focus e i30 que têm potência de 151cv, 148cv e 145cv respectivamente, mas não tive a oportunidade de medir o tempo de nenhum deles, porém a sensação de força (que eu considero a maneira que você gruda no banco) e testemunhar o velocímetro subir é mais do que suficiente para cravar isso, nenhum dos 3 conseguiria acompanha-lo.
Esses foram alguns dos pecados que eu pude testemunhar em relação ao Bravo T-Jet até aqui, talvez me acostume com alguns, talvez resolva outros e talvez descubra mais, de qualquer maneira, vou tentar colocar o máximo aqui no blog




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