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Fórmula 1 - Por que equipes pequenas e médias correm, sabendo que não vão ganhar?
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(Foto: Getty Images) |
Com certeza muitos que leem o AutoblogPV8, por se interessarem por automobilismo, sabem responder essa pergunta do título. Porém como isso é algo mais relacionado com a parte que o público não vê, talvez muitos leitores não saibam.
Primeiramente, vamos desfazer essa ilusão que é o campeonato de pilotos. Ele existe, é claro. Mas é mais para o entretenimento e atrair o público. A verdade nua e crua, é que o importante mesmo é o Mundial de Construtores. Pelo menos para o pessoal que está lá dentro. A Fórmula 1 é, antes de tudo, um campeonato de marcas, de equipes, para ver quem é mais competitivo e faz o melhor produto, para consequentemente atrair mais investidores, clientes e expandirem seus negócios.
Supondo que eu sou o dono de uma escuderia, eu contrato engenheiros, mecânicos, pilotos e diversos outros funcionários. Quando um time de futebol vence um campeonato, o título não é dele? Os jogadores, é claro, com todo mérito são campeões. Mas acima de tudo vem o nome do time. Fórmula 1 é a mesma coisa! E o piloto que não está na disputa pelo título, se preocupa mais em marcar pontos para a equipe junto com seu companheiro.
Tudo bem que o piloto tem o sonho de ser campeão e entrar para a história do esporte a motor, mas ele está lá mais para trabalhar para a equipe, do que a equipe para ele. É como uma troca, entendem? "Nós te damos o equipamento necessário, e você ganha as corridas pra gente", e daí nascem as lendas: Niki Lauda e Michael Schumacher na Ferrari (ou mesmo Gilles Villeneuve, que sequer foi campeão, mas fez muito pelo esporte), Ayrton Senna e Alain Prost pela McLaren, Nelson Piquet pela Brabham, mais recentemente, Sebastian Vettel pela Red Bull, entre outros exemplos.
Então, como pensam muitos leigos, Fórmula 1 não é um esporte individual. E se fosse, seria o mais coletivo dos esportes individuais. Cada membro da equipe, com o carro estando no box ou na pista, é essencial, e todos trabalham intensamente.
Vez ou outra aparece um "dream team", como me lembrou o amigo Pádua. Foi o caso da ascensão meteórica da Ferrari no início da década passada, que com Schumacher, Jean Todt, Ross Brawn, entre outras peças fundamentais, formou um conjunto harmônico e avassalador! E como muitos julgam mal, nem sempre a Ferrari esteve aos pés do heptacampeão, pois o alemão também serviu à equipe em 1999, ajudando Eddie Irvine a vencer deixando o irlandês ultrapassá-lo.
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(Foto: Getty Images) |
Voltando ao foco, hoje em dia marcam pontos os carros que chegam do 1º ao 10º lugar, tanto para o piloto quanto para a equipe. E aí tem a tabela de pontuação das equipes na temporada, sendo que ao final desta, um prêmio em dinheiro (isso são muitos milhões de dólares) é distribuído por tio Bernie Ecclestone entre as equipes, de acordo com a posição que ela ocupa. Então quanto melhor a posição em que ela termina, maior é o prêmio. Ou seja: engenheiros melhores sendo contratados e mais dinheiro investido na criação e desenvolvimento de um novo carro que possa tentar fazer um campeonato ainda melhor na temporada seguinte. E óbvio, pode-se contratar pilotos melhores também, mas o mais comum é que estes sejam procurados pelo patrocínio que trazem, e claro, algum talento.
Além disso, um F1 como ele "nasce", é completamente diferente de como ele termina o campeonato. Ao longo da temporada a equipe investe na evolução do carro, para melhorar a potência do motor, relação entre marchas e reforço do câmbio, acerto de suspensão, aerodinâmica, freios mais fortes, entre vários outros fatores.
Esse ano, uma equipe que deve se dar bem e voltar melhor no ano que vem, é a Marussia. Até o ano passado, talvez fosse a pior equipe do grid. Mas no GP de Mônaco, pela primeira vez conseguiu pontuar, com Jules Bianchi. Enquanto isso, a Sauber faz a pior temporada de sua história, não tendo marcado nenhum pontinho.
Tudo para terminar os campeonatos em posições cada vez melhores na tabela, e assim atrair mais investidores, desenvolver mais tecnologia automobilística de ponta e gerar mais dinheiro.
É meio duro admitir, mas no fundo, Fórmula 1 é um negócio, como qualquer outro esporte. Mas não deixa de ter seu lado emocionante também.
Com exceção do fenômeno que foi a Brawn GP, que só existiu em 2009, nenhuma equipe surge no topo da categoria.
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(Foto: Getty Images) |
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Um abraço!
Paulo Vitor
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