Funcionários querem participação nos lucros maior do que a ofertada.
Sindicato diz que prejuizo da montadora passa de R$ 700 milhões.
A greve dos funcionários da Volkswagen em São José dos Pinhais, no PR, completa um mês neste domingo (5) e já começa a afetar os estoques das lojas. Os trabalhadores pararam porque rejeitam a proposta de participação nos lucros feita pela montadora, que já acertou a PLR com as demais fábricas, em SP.
No PR são feitos os modelos Fox, CrossFox e Golf. O site G1 ouviu representantes de 32 lojas em São Paulo e de 17 em outras nove capitais na última quinta e sexta-feiras (2 e 3) e a maioria relata que começa a faltar o Fox com motor 1.6, do qual geralmente essas lojas mantêm um estoque menor em comparação com a versão de entrada, a 1.0.
Lançado em 2003, o Fox, junto com sua versão 'aventureira' CrossFox, é o quarto carro mais vendido no Brasil no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, com 54,6 mil unidades, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Entre os modelos da VW, só perde para o Gol. Atualmente é oferecido em cinco configurações: 1.0, 1.6, 1.6 I-Motion (câmbio automatizado), 1.6 Prime e 1.6 i-Motion Prime –as últimas são topo de linha.
A maioria dos revendedores ouvidos afirma que o estoque de Golf também está abaixo do normal, mas os lojistas explicam que costumam ter o modelo em quantidade muito menor do que a do Fox. Além de São Paulo, foram consultadas concessionárias no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá, Goiânia, Salvador e Fortaleza.
Queda de braço
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, que diz representar 3.100 funcionários da Volkswagen, a greve gerou prejuízo de R$ 712,8 milhões até a última sexta, com 17.820 carros que deixaram de ser produzidos em 30 dias.
Os funcionários querem um mínimo de R$ 12 mil para a participação nos lucros, com a primeira parcela de R$ 6 mil. De acordo com sindicato, no início da greve a montadora oferecia R$ 4.600 para a primeira parcela. Uma segunda proposta da Volks, de R$ 5.200 para a parcela inicial –mesmo valor acertado com os trabalhadores de São Bernardo do Campo e de Taubaté –, foi rejeitada na última assembléia, na terça passada (31). O sindicato diz que, além do valor abaixo do pretendido, a oferta não foi aceita porque a montadora “impôs dias adicionais de trabalho”.
A Volkswagen não comenta a greve. Uma nova assembleia dos trabalhadores está marcada para a tarde desta segunda-feira (6).
Outras montadoras
Os acertos da PLR da General Motors, em São José dos Campos (SP), e da Volvo caminhões, em Curitiba, também foram realizados após greves, porém mais curtas. Após três dias de paralisação, a Volvo fechou no mês passado um valor que, até o momento, é recorde entre as montadoras: R$ 15 mil, em duas parcelas. "Fomos forçados, não houve negociação", diz o diretor de recursos humanos da empresa, Carlos Morassutti. A primeira parcela já foi paga.
Na GM, os trabalhadores do Vale do Paraíba realizaram greve de 24 horas em maio. Na semana seguinte, acertaram com a montadora uma PLR de R$ 10.834, com parcela inicial de R$ 5.800. Ela também vale para os funcionários de São Caetano do Sul.(G1)
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