Ver uma Ferrari ou uma Lamborghini na rua é algo digno de fotografias. Mas admirar esses esportivos com centenas de cavalos de potência presos no trânsito é algo que corta o coração. Nas intermináveis filas de carros nas avenidas das grandes cidades brasileiras, o ronco dos poderosos V8 soa mais como um choro.
Com a chegada da GT3 ao Brasil, esse choro foi transformado em grito de liberdade nos autódromos nacionais. Originalmente européia, a competição desembarcou em terras verde e amarelas no ano passado e trouxe carros de tirar o fôlego para nossas pistas.
A GT3 brasileira ainda é tímida, mas já conta com bólidos de peso em sua segunda temporada, que teve a segunda rodada realizada final-de-semana passado (dias 10 e 11 de maio) em Interlagos (SP). São eles: Ferrari F430, Lamborghini Gallardo, Porsche 993, Dodge Viper e o ilustre Ford GT, superesportivo raríssimo no Brasil. O sucesso da categoria no país atraiu nomes conceituados do automobilismo nacional, como os irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi, Ricardo Rosset, Ingo Hoffman e Nelson Piquet, que deve estrear na categoria somente no próximo mês, em Brasília.
No grid da GT3 existem carros com motores seis cilindros boxer, V8 e V10. As diversas configurações mecânicas refletem no desempenho dos esportivos, que difere bastante. Para equilibrar a disputa, todos os carros seguem uma homologação específica que tem como base o Porsche 993 de competição. Desta forma, os mais rápidos recebem um lastro adicional, enquanto os mais fracos podem alterar pneus e altura em relação ao solo.
Já o sistema de disputa é bem diferente do que se está acostumado. Ao todo, o campeonato brasileiro de GT3 compreende oito rodadas duplas, ou seja, duas etapas distintas são disputadas no mesmo circuito, geralmente durante um final de semana. Além disso, dois pilotos, um mais experiente e outro iniciante, dividem o volante do mesmo carro. A troca é feita durante um determinado momento da corrida, e leva apenas alguns segundos.
As estrelas da GT3 brasileira
Ferrari F430
A Ferrari F430 é, sem dúvida, o carro mais chamativo da GT3 brasileira. Na Europa, o carro italiano dominou a disputa em 2006, na estréia da categoria no velho continente, mas no ano seguinte sofreu nas mãos dos pilotos do Chevrolet Corvette, apelidado de “Ferrari Killer” (matador de Ferrari). O carro usado por aqui possui um motor V8 4.3 litros de 490 cv. O câmbio é do tipo F1 com seis marchas e os freios contam com discos de cerâmica e carbono.
Dodge Viper A víbora da Dodge é o carro preferido dos participantes da GT3 Brasil. Ao todo são seis carros na disputa, número máximo permitido de um modelo da mesma marca na competição. A carroceria parruda esconde um potente motor V10 de 510 cv. Para compensar tamanha potência perante aos adversários, o esportivo norte-americano corre com alguns quilinhos a mais.
Lamborghini Gallardo
O cupê da marca do touro bufante é um dos que mais assustam quando visto pelo retrovisor. Dono de uma estrutura tubular de alumínio e uma carroceria que mescla elementos de fibra de carbono com chapas de alumínio, o Lambo da GT3 passa rasgando com seu V10 de 500 cv de potência.
Ford GT
O superesportivo da Ford inspirado no multi-campeão dos anos 1960, o GT40, é o candidato a bicho-papão do ano na GT3 Brasil. Com um motor V8 central de 550 cv, o GT consegue ser tão equilibrado quanto o Porsche 993, considerado o rei das curvas na competição. Nelson Piquet, que não é bobo nem nada, escolheu o carrão da Ford para disputar algumas corridas da GT3 no país.
Porsche 993 GT3 Cup S
Apesar de ser um Porsche, o esportivo de Sttugart é o carro mais "fraco" da GT3 Brasil, com um motor seis cilindros boxer de 480 cv de potência. Apesar disto, o carro tem os melhores níveis de manobrabilidade, ou seja, ele perde na reta, mas ganha fácil nas curvas. Foi o escolhido pelos irmãos Fittipaldi.
(Revista Autoesporte)