Carros
HISTÓRIA EM MINIATURA - JAGUAR E-TYPE
Texto e Fotos: Gustavo do Carmo
O Jaguar E-Type não é fabricado desde 1975. Mesmo assim, este nobre inglês está completando 50 anos de lançamento sendo lembrado como um dos carros mais elegantes de todos os tempos da indústria automobilística. Sua história se confunde até com a do antecessor, o roadster XK120/150.
Inspirado no D-Type, modelo de corrida que venceu duas edições das 24 Horas de Le Mans em 1955 e 1957, e sua versão de rua XK-SS, o E-Type foi apresentado no salão de Genebra de 1961. Tinha carroceria semi-monobloco, tração traseira e suspensão independente nas quatro rodas, uma novidade da marca inglesa na época. O motor de seis cilindros em linha, com duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC), carburação tripla e 3.8 litros de capacidade cúbica foi herdado do antecessor XK. Rendia 265 cavalos de potência.
Acelerava de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos, alcançava os 230 km/h e andava 6,4 km com um litro de combustível. Seus concorrentes da época eram a Ferrari 250, Aston Martin DB4, Jensen Interceptor, Lamborghini 350GT, Marcos Volvo, Chevrolet Corvette e Ford Thunderbird. O Jaguar levava vantagem pelo preço mais baixo.
O capô longo, a grade oval baixa, o para-choque frontal separado, os faróis protegidos por uma cobertura envolvente de acrílico e as rodas de vários raios cromados eram a marca registrada do seu estilo. O E-Type surgiu nas versões cupê (fechada) e conversível, ambas de dois lugares.
O cupê tinha para-brisas reto para proporcionar um teto mais alto. A tampa traseira abria-se para o lado esquerdo. No conversível, como o das fotos, a traseira lembrava a popa de um barco. A primeira série do esportivo tinha 4,45m de comprimento, por 1,65m de largura e 2,44m de distância entre-eixos.
O interior tinha câmbio de quatro marchas, volante com aro de madeira e três braços de alumínio, muitos mostradores circulares e vários interruptores. Os bancos eram confortáveis, mas o habitáculo era apertado.
Nos Estados Unidos o esportivo ficou conhecido como XK-E e seu motor tinha menos potência por causa das leis anti-poluentes: 245 cavalos. As primeiras modificações europeias vieram em 1964, como o motor 4.2 que manteve a potência e o 2+2, um modelo com banco traseiro rebatível para dois pequenos lugares, bancos dianteiros mais confortáveis, novos revestimentos, teto mais alto, distância entre-eixos maior (2,66m) e comprimento de 4,67m. Em 1967 o E-Type foi levemente reestilizado, perdendo a carenagem dos faróis, mas ganhando uma grade maior e mais grelhada, além de para-choques reforçados para atender ao mercado norte-americano.
Em 1971, o E-Type ganhou motor V12 (doze cilindros), com 5.3 litros, quatro carburadores e 272 cavalos. A velocidade subiu para os 235 km/h, mas a aceleração ficou dois décimos de segundo mais lenta.
Em 1975, o Jaguar E-Type teve sua produção encerrada, após 71.071 unidades, que hoje são consideradas clássicas e valiosas nas mãos de colecionadores, além de atrações em diversos encontros de carros antigos.
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