Um motorista viveu um dia de fúria após ser parado numa blitz da Operação Lei Seca, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Revoltado ao ser informado que, por estar sem documentação, seu carro seria rebocado, o condutor pegou um pedregulho na rua, avançou na direção dos agentes da Operação Lei Seca e – pasmem – começou a lançar a pedra, seguidas vezes, no seu próprio carro, um Ford Fiesta.
A cena foi flagrada por outros assustados motoristas que passavam pelo local ou tinham sido parados na barreira. Depois de castigar o próprio veículo, chutando a lataria, subindo no capô e quebrando os vidros, o condutor revoltado recusou-se a assinar o auto de infração, pegou os seus pertences no carro e foi embora para casa de táxi.
O incidente aconteceu na Avenida Ministro Ivan Lins, na pista sentido Recreio dos Bandeirantes. O carro foi rebocado e, segundo o governo do estado, responsável pela Operação Lei Seca, foi levado para um depósito localizado em Curicica, na Zona Oeste do Rio. "Foi tudo muito louco. O motorista dizia que tinha comprado o carro de uma senhora que estava na Nova Zelândia e que não tinha dinheiro para pagar a multa. Ele estava muito nervoso” disse uma pessoa que testemunhou a cena.
Fiesta acumula 128 multas
O carro dirigido pelo filho da puta motorista revoltado, cujo nome não foi divulgado pela Operação Lei Seca, já recebeu desde 2008 128 multas, segundo o site da Secretaria municipal de Transportes, totalizando quase R$ 15 mil em infrações. No site do Detran, o carro consta no nome da concessionária Besouro, de Nova Iguaçu/RJ. Mas no campo observações, estão acrescentadas as informações: “existe comunicado de venda” e “vedada a circulação”.
Entre as multas, existe uma gravíssima, do dia 18 de maio, quando o condutor, na ocasião, estava numa velocidade 50% acima da permitida na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca. O EXTRA entrou em contato com a concessionária Besouro. Segundo a gerência da concessionária, o Ford Fiesta foi vendido em 2008, e a comunicação de venda feita ao Detran em 24 de julho de 2008. A compradora foi uma mulher, moradora de Nova Iguaçu.
Segundo a Secretaria municipal de Transportes, todas as multas vinham sendo entregues “a uma senhora, mas isso não quer dizer que ela seja a condutora (no momento das multas)”.