A paixão dos pilotos de rali por suas motos já é bem conhecida dos fãs do esporte. Nesta quarta-feira o paulista Juca Bala ficou completamente desolado ao perder sua Yamaha WR450 de uma forma estúpida. Ele estava a 150km/h na primeira especial do Rali dos Sertões, na cidade de Santa Helena, a 200km de Goiânia (GO), quando passou por um buraco. Continuou acelerando, mas percebeu que a moto estava perdendo potência. Quando olhou para trás, descobriu que a situação era grave:
- Olhei para trás e vi o fogo. O tanque de gasolina estourou e o combustível caiu no escapamento, que estava muito quente. Parei na beira da pista e comecei a jogar areia. Alguns moradores da região tentaram me ajudar com galhos. Percebi que a moto ia explodir e falei para as pessoas se afastarem. Ela explodiu. Ainda bem que ninguém se machucou – descreveu o piloto.
Mesmo após a explosão, Juca voltou para perto da moto e continuou jogando areia na esperança de salvar alguma peça, mas nada foi suficiente para apagar o fogo e ele se viu obrigado a assistir sua moto desaparecendo. Só alguns ferros retorcidos sobraram do incêndio. Por sorte, o piloto saiu ileso do acidente.
Sem moto no meio de uma trilha, Juca se sentou sob a sombra de uma árvore. Lá, esperou seis horas por resgate. Só após o fim das provas de motos, as primeiras realizadas, das de carros e caminhões é que a pista foi liberada para a entrada do resgate. Nessa longa espera, o piloto contou que a tristeza foi aumentando à medida que via os outros competidores e amigos passando por ele. O piloto acabou caindo nas lágrimas.
- Foi muito difícil. A gente investiu muito nessa moto. Tinha um equipamento perfeito para fazer um bom resultado este ano. O coração foi cada vez doendo mais vendo todo mundo passando. Cheguei até a chorar um pouco. Mas depois logo levantei a cabeça porque nada tinha acontecido comigo – confessou.
A moto estava avaliada em R$ 100 mil. Por enquanto, Juca está desclassificado da prova, mas ele vai pedir junto à organização para competir com uma moto reserva. Ao fim do dia, o piloto, que tem no currículo quatro Dacars e 15 Sertões, concluiu que, mesmo tão experiente, sempre é possível tirar lições de um rali. Em 1999 e 2007, ele também teve de abandonar os Sertões após cair e quebrar a mão.
- Aprendi a dar mais valor a mim e ao meu equipamento.