"Técnicos de som dizem que nós já possuímos a tecnologia para gravar uma conversa que aconteceu horas ou dias antes em um local. Ao falar, tudo o que você projeta são vibrações. O ouvido da outra pessoa interpreta as ondas como som. No entanto as vibrações que criam os sons nem sempre se dissolvem imediatamente. Algumas continuam a ricochetear na área por muito tempo depois de terem sido transformadas em sons pelo ouvido. Se fizermos gravações extremamente baixas em um local e depois as reproduzirmos numa velocidade ultra-alta, essas ondas podem ser restauradas para sua velocidade original. Como você deve imaginar esta tecnologia tem um valor especial para a comunidade jurídica.Pelos bigodes do gato do Schrödinger! Mas será que não há limites para a picaretagem?! Será que qualquer amontoado de bobagens sem pé nem cabeça pode virar um livro hoje em dia?
"Ao falar, tudo o que você projeta são vibrações. O ouvido da outra pessoa interpreta as ondas como som."Sim, as ondas sonoras produzidas pela voz são vibrações. E esta foi a última coisa coerente que o autor disse. A partir daí, é só junk science da pior espécie.
"No entanto as vibrações nem sempre se dissolvem imediatamente".O que "se dissolve" é sal na água, carbono no ferro, açucar no cafezinho... uma onda sonora não "se dissolve" no ar. Ou será que o autor já viu alguém retirar o ar de uma sala e dizer "opa, aqui está aquela onda sonora de novo!".
"Algumas continuam a ricochetear na área por muito tempo depois de terem sido transformadas em sons pelo ouvido"Uma onda sonora não é como uma partícula que fica ricocheteando num espaço confinado. Assim como as ondas causadas por um pedra em um lago se propagam em todas as direções, formando anéis ao redor do ponto onde a pedra caiu, também as ondas sonoras se propagam em todas as direções, esfericamente, a partir da fonte. Quanto mais distante da fonte, mais fraco fica o som, uma vez que a energia da onda se distribui em uma superfície cada vez maior. Além disso, boa parte da energia da onda é perdida através do calor durante sua viagem. Este processo no qual uma onda perde energia à medida que se propaga é conhecido por atenuação e cada meio possui o seu coeficiente de atenuação. Ao atingir um obstáculo como uma parede ou uma cadeira, a onda sonora perde ainda mais energia (quanto mais macio o obstáculo, como uma cortina, mais energia ela perde). O resto da onda é então refletida de volta, como luz num espelho, geralmente interferindo com a próxima frente de onda que vem logo atrás. Por isso dizer que algumas ondas (quais? em que condições?) ficam ricocheteando durante dias (será que se alguém abrir a porta elas escapam?) e que é possível gravá-las e escutá-las depois de todo esse tempo é coisa de desenho animado do Tom & Jerry (que é de onde parece ter vindo todo o conhecimento de física do autor).
Se fizermos gravações extremamente baixas em um local e depois as reproduzirmos numa velocidade ultra-alta, essas ondas podem ser restauradas para sua velocidade original.Hein? Alguém vê o menor sentido nisso? O que pode sair de uma gravação "extremamente baixa" tocada numa "velocidade ultra-alta"? (Eu poderia tentar mas não tenho um player que atinja velocidades mach 1).
"Como você deve imaginar esta tecnologia tem um valor especial para a comunidade jurídica."Sim, como evidência num tribunal para colocar este picareta atrás das grades.