Pick-up ou reboque? [Metralhadas do Kamikaze]
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Pick-up ou reboque? [Metralhadas do Kamikaze]


Um chinês que tem um restaurante vegetariano no Bonfa já encontrou a resposta...
Trocar o carro por uma pick-up ou tentar um reboque? Esse dilema não é tão incomum naquelas situações em que uma maior capacidade de carga se faz necessária. Pesa favoravelmente ao reboque o custo de aquisição, e a possibilidade de não comprometer a acomodação de passageiros como poderia ocorrer num utilitário de carga...


Embora mesmo algumas pick-ups compactas como a Fiat Strada e as inúmeras "reinterpretações" chinesas da Suzuki Carry tenham sido disponibilizadas com cabine dupla, acabavam por comprometer um pouco a área de carga de modo a preservar espaço para passageiros. Fora que, no caso dos utilitários chineses, não transmitem aquele status que o brasileiro tanto deseja ao comprar um carro, mesmo que seja o mais pé-de-boi e o carnê seja mais grosso que qualquer livro já lido pelo sujeito...


Nesse contexto, portanto, a comparação entre manter o carro e usar um reboque ou comprar uma pick-up média como a antiga Dodge Dakota Quad Cab passa a fazer mais sentido. Além de normalmente um utilitário de porte avantajado ser desfavorecido pela aerodinâmica, o sistema de transmissão mais pesado acaba por ter a eficiência prejudiucada em comparação ao layout mais compacto e leve usado em veículos menores como um modesto Gol "bolinha". Também é importante destacar que o conjunto formado pelo compacto atrelado ao reboque pode ter um peso em ordem de marcha menor que o de uma caminhonete, além de estar melhor distribuído entre 3 eixos...


Também há aqueles casos em que haja algum receio em transportar certos produtos diretamente no veículo devido a danos que pudessem provocar, como produtos químicos, resíduos orgânicos, materiais de construção, ferramentas soltas, entre outros. No caso de um reboque, que prioriza a função sobre a forma, as marcas de um uso severo não provocam uma depreciação tão intensa quanto a que poderia atingir o veículo de tração...

No detalhe, pode-se observar a corrente de segurança, e o plug conectando as luzes do reboque ao chicote elétrico do carro.
E apesar do acréscimo de mais um par de pneus, molas, lonas de freio e amortecedores (quando aplicáveis) à rotina de manutenção preventiva, um reboque é bastante simples, e normalmente o custo para substituir tais componentes permanece mais em conta em comparação às despesas com esse procedimento numa caminhonete.


Cabe destacar que os custos administrativos com um reboque não são muito altos: por não ser considerado um veículo, apesar de ser cobrado o licenciamento anual, é dispensado de IPVA e do seguro DPVAT. O único inconveniente é a tarifa adicional por eixo em estradas pedagiadas, que pode ser compensada pela economia de combustível ao usar um veículo mais econômico para tracionar o implemento ao invés de recorrer a uma pick-up.


Convém lembrar que, quando o reboque tem um peso bruto total (peso a seco mais carga total) abaixo de 3500kg, não é necessária habilitação especial, e a CNH categoria B já é suficiente.

Tenta achar um Corcel II inteiro desse jeito...
Não se pode esquecer que o reboque forma um conjunto mais comprido quando atrelado, dificultando algumas manobras, mas desacoplado não interfere na dirigibilidade do veículo em outras situações.


Embora possa ainda ser visto com algum ceticismo, o reboque se mostra uma opção bastante prática, versátil e acessível.


Sobre o autor

Daniel Girald, gaúcho de Porto Alegre, mais conhecido como Kamikaze, estudante de Engenharia Mecânica com alguma experiência anterior em mecânica automotiva e de motocicletas, contribuindo no Auto REALIDADE quinzenalmente (na primeira e na terceira sextas-feiras de cada mês) para abordar temas técnicos escolhidos mediante sugestões de leitores, ou aleatoriamente entre as novidades mais destacadas no mercado como na estréia da coluna. Defensor ferrenho da liberação do uso de motores a diesel em veículos de qualquer espécie.

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