Aos 51 anos, o pernambucano Cleyton Pinteiro tomou posse na noite desta segunda-feira como novo presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Entre outras coisas, Pinteiro disse que tem como meta fortalecer o automobilismo de base e regional, criando um torneio universitário. Veja abaixo o que Pinteiro disse ao Site:Lancenet, na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
HISTÓRIA NO AUTOMOBILISMO
"Eu já milito no automobilismo há aproximadamente 35 anos. Iniciei empurrando o kart do meu irmão. Achei aquilo bonito e passei a ser piloto de kart e sempre pensava no pessoal que montava a estrutura para eu correr e no dia em que eu parasse de correr iria para o outro lado do muro e começaria a montar isso. Fui piloto, dirigente de clube, presidente de federação, diretor da CBA, vice-presidente da CBA. O automobilismo está no meu sangue, eu adoro isso e queria dar a minha contribuição nesses quatro anos na presidência da confederação".
KART
"O kart é a grande escola. Cresceu em nível nacional e desapareceu em nível regional. Quero fazer um trabalho junto às federações para revitalizar esse kart, tornando-o mais barato, porque hoje é caríssimo. Já tive em contato com os fabricantes para que toda benesse fosse feita para o piloto, para ele pagar bem mais barato para correr. O kart brasileiro maior é em São Paulo, todo piloto sonhava em correr em São Paulo, e hoje o kartismo regional em São Paulo está acabado e essas palavras não são minhas, são do presidente da Federação Paulista, que me pediu ajuda. Tenho uma meta que é salvar o kart, e depois as demais categorias de base".
CATEGORIAS DE MONOPOSTOS
"Hoje o piloto sai do kart e se não for para o turismo, acabou. Se ele for rico, vai para a Inglaterra, senão, a carreira acabou. Estamos pensando no pós-kart. Estamos com um projeto muito bom, que é o campeonato entre universidades. A CBA tem 20 carros parados e vamos fazer um contrato com as universidades, com os cursos de mecânica, vamos dar um regulamento técnico, os engenheiros mecânicos dessas universidades vão preparar esses carros e cada universidade vai adotar um piloto, com no máximo 16 anos e oriundo do kart. Já é um princípio. Uma grande montadora deverá lançar um campeonato de monopostos. Não posso revelar ainda porque é um problema interno da montadora, mas o automobilismo brasileiro vai ser premiado com um campeonato apoiado por uma grande montadora".
PAPEL DA CBA NOS CAMPEONATOS
"Ela não é promotora, e sim supervisora da parte técnica-desportiva do automobilismo nacional, mas o que for necessário nós vamos fazer, ir a alguma montadora. O monoposto tem de ser ressucitado e a CBA tem a obrigação de brigar por isso. Não é que a CBA vá tirar do recurso dela, mas vai procurar quem promove o evento para incentivar, diminuindo taxas. Alguma coisa precisa ser feita. Temos hoje bons pilotos na Fórmula 1, mas não sei se eles têm substitutos".
VOLTA DO BRASILEIRO DE MARCAS
"Uma outra novidade é o campeonato brasileiro de marcas. Acabou porque era muito caro. Temos uma crise, mas precisamos ter criatividade. Pedi ao CTDN para elaborar um regulamento de marcas barato, dentro da realidade brasileira. As federações vão receber esse regulamento, fazer campeonatos regionais, e no final do ano, num final de semana, vai ter um campeonato brasileiro. Então, por mais pobre que o piloto seja, por menos recurso que ele tenha, ele terá uma chance de ser campeão brasileiro num final de semana. Mas tem uma regra: para ele participar do Brasileiro, ele terá de participar de pelo menos 90% do regional. Essa é uma maneira de fortalecer a federação e criar um automobilismo muito forte".
MAIS ESTADOS FILIADOS
"Gostaria muito que ao final do meu mandato todos os estados brasileiros estivessem representados na CBA. Adianto que as federações do Espírito Santo e Sergipe estão pedindo filiação, a de Alagoas também. Acredito que todas as federações estarão representadas de forma efetiva, fazendo automobilismo dentro da realidade local. Não vou querer que um estado pobre faça o mesmo automobilismo de São Paulo, mas faça um automobilismo local forte, com novos talentos".
AUTÓDROMOS
"Na semana que vem estarei indo a Campo Grande e tenho a promessa de que o asfalto será recapeado. No Nordeste, estou com o diretor do autódromo de Caruaru aqui e há um compromisso para que a pista fique em condições. Mas para que isso aconteça eu preciso oferecer alguma coisa. Quero que os campeonatos brasileiros sejam brasileiros e não apenas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Queremos corridas onde haja condições. Não posso exigir que o cara faça um autódromo e não leve corrida para lá. Vou entrar já com o governo de Goiás porque eles têm um belo autódromo lá e está abandonado. A CBA vai procurar quem é o dono para rever isso".
(Lancenet)