Casos como o de Renan não são poucos, não. Entramos em contato com pelo menos 12 pessoas que tiveram o mesmo problema com Clio Hatch ou Sedan, 1.0 ou 1.6 - mas sempre com o motor Hi- Flex. "Meu carro apresentou a quebra logo aos 2 000 quilômetros. Como ainda estava na garantia, a bomba foi trocada. Porém, aos 22 000 quilômetros, ela queimou novamente. Dessa vez já estava fora da garantia e eu teria de pagar 790 reais, fora a mão-de-obra. Não tive dúvida: levei a um mecânico de confiança e gastei um terço do valor", diz Alexandre Nieto Rios, 46 anos, empresário em Diadema (SP) e dono de um Clio Hi-Flex 1.6 16V.
Em contato com cinco autorizadas Renault, três em São Paulo (SP), uma em Curitiba (PR) e outra em Porto Alegre (RS), todas confirmaram que atenderam casos como esses. "Já peguei três carros com a bomba queimada. Isso é resultado de um acúmulo de material particulado na bomba, que está presente no álcool. Esse pó obstrui a bomba, que trabalha com excesso de pressão e acaba queimando", explica Flávio Ribeiro, chefe de oficina da Itavema, em São Paulo.
Outro chefe de oficina - que preferiu não se identificar - contou que esse defeito é de conhecimento da Renault e que a própria montadora trocou de fornecedor da bomba em 2006. "Isso acontecia porque veio um lote com defeito. Quem está com o carro na garantia consegue efetuar a troca gratuitamente, caso contrário, tem de arcar com a substituição", diz.
Uma dica para quem sofrer essa avaria é fazer o mesmo que Eleno Coelho Filho, 23 anos, publicitário de Florianópolis (SC). "Tive o problema e pedi para a concessionária verificar se a garantia poderia cobrir. Informaram-me que me dariam um desconto de 70% no valor. Contudo, chorei mais um pouco e acabei conseguindo um desconto de 100%", diz o dono de um Clio Hi-Flex 1.0 16V 2006/06. Segundo os proprietários, o problema surge sempre da mesma forma: o motor começa a falhar e a fazer um chiado em porto- morto. Até que um dia a bomba queima.
O POVO RECLAMA
"Compramos para nossa empresa três Clio Hi-Flex 1.6 16V em 2005. De lá para cá já trocamos sete bombas. Pelo menos ainda estavam na garantia."
Angelo Tavano Junior, empresário, Campinas (SP)
"A bomba queimou duas vezes. Uma delas aos 13 quilômetros e a segunda aos 7 500."
Guilherme Renato Caldo Moreira, professor, São Paulo (SP)
"Conversei com a Renault, mas não consegui trocar a bomba. Acabei gastando 868 reais para substituí-la."
Maurício Vieira Xavier, engenheiro,