"Boa tarde queridos amigos, meu nome é Henrique Garcia, tenho 17 anos, moro em Candiota–RS e há algum tempo frequento o BA. Bom, meu relato é sobre o que aconteceu comigo nesta segunda-feira, dia 13/02/2012 e espero que publiquem o meu protesto.
Nesta segunda, era o primeiro dia do segundo ano do meu curso de mecânica em usinagem, que eu faço no SENAI daqui da cidade, porém aqui na minha cidade o local onde eu moro fica a 15 km do SENAI e, por irresponsabilidade minha, perdi o ônibus que eu ia, então, resolvi ir para estrada ver se conseguia uma carona até o bairro que eu ia, pra não chegar atrasado, já que eram 12:20 e o curso começava a 13:00.
Depois de uns 5 minutos pedindo carona, eis que surge um Chevette tubarão branco, provavelmente 1974 ou algo assim, rebaixado, com calotas cromadas do Gol G5 e em péssimo estado de conservação. Quando vi, ele parou, e como “cavalo dado não se olha os dentes”, aceitei a carona, quando entrei, vi os detalhes internos pintados em verde limão com tinta caseira, o Chevette tinha buracos no assoalho que passavam
o meu pé, e o meu pé é 43, sendo que alguns buracos tinham madeira em cima, além de um som Pionner que valia mais que o Chevette, com dois falantes de 12” e duas cornetas no banco traseiro, já que segundo o dono, o porta malas não tinha assoalho! O.o
Começamos a conversar e vi que o “manolo cheveteiro” era um cara gente boa, ele disse que tinha 21 anos, tinha uma filha pequena, e não tinha carteira, mas trabalhava, tanto que estava indo para o serviço.
Quando andamos mais ou menos uns 8 Km, passamos em uma irregularidade cratera no asfalto e o Chevette de tão rebaixado, bateu no asfalto e deu aquele barulho ensurdecedor, olhamos para trás, e vimos mais da metade do escapamento no asfalto, tinha caído, voltamos e tiramos o escapameto no asfalto e colocamos barranco abaixo…
Quando pergunto quantos elos ele tirou das molas, ele disse que só tinha uma volta! Naquela altura do campeonato já estava afim de ficar por ali, com medo de morrer naquele Chevette, caso algo acontece-se, mas como não tinha escolha e estava atrasado, segui caminho. Quando andamos mais uns 3 km, eis que uma merda acontece, escutamos outro barulho fortíssimo e uma fumaceira saindo do motor, paramos na hora, fomos olhar, a LATARIA do Chevette, de tão enferrujada quebrou, e o radiador do Chevette caiu em cima da ventoinha do motor.
Em resumo, em 11 km vi o escapamento do Chevette cair no asfalto, o radiador cair em cima da ventoinha do motor e uma
fumaceira a base de vapor de água sair do cofre do motor, fora eu ter visto meus pés a uns 10 cm do asfalto, por buracos no assoalho… Eis que o dono do Chevette me pergunta se eu queria seguir caminho com ele, dizendo que faltava pouco e não dava tempo do motor fundir, e eu disse não na hora, e disse que seguiria a pé, aí ele ficou lá, disse que não ia sozinho, agradeci a carona e fui embora.
Infelizmente não tenho fotos do Chevette mas deixo aqui a minha revolta e o meu recado. Como que as autoridades deixam um carro assim trafegar nas ruas? Será que eles não vêem que um automóvel nestas condições representa o mesmo perigo de um motorista alcoolizado? Cara, a estrada que eu estava, é rota de turismo, ela leva para a Praia do Cassino, em Rio Grande–RS, ela sempre tem movimento, imagina se o escapamento cai e acerta um carro com uma familia de férias? Imaginem a tragédia.
Gente, meus pais não se negam a pagar IPVA, vários impostos, é o preço que se paga para ter um carro bom, nem eu vou me negar quando tiver o meu carro, mas que façam bom proveito do dinheiro né. Quero que nos dêem segurança nas ruas. E o pior de tudo, como uma pessoa consegue andar num carro desses? Será que ele não vê que ele mesmo corre
perigo de vida? Que coloca em risco as outras pessoas? Eu fico puto com isso, nada contra ele, ele era um cara legal, sujeito familia, mas mesmo assim, será que ele não vê isso?
Muita gente é a favor do desarmamento do cidadão, mas o desarmamento tinha que valer para carros tambem, porque aquilo é uma arma. Aquilo era literalmente o carro dos Flinstones. Se a polícia tem o direito de apreender carros preparados, rebaixados, com o volume do som alto, porque não podem apreender carros velhos? É só questão de bom sends, já que eles tem que proteger o cidadão, apreender aquele carro ajuda de duas maneiras, de ele não matar ninguém na estrada, e de não matar ninguém de tétano.
Desculpem-me se falei algo forte, mas aqui é um espaço que eu sei que posso contar e compartilhar minha indiginação. Obrigado pelo espaço.
Att, Henrique Garcia
Ele estava mais ou menos assim, já que não tenho fotos dele, só que estava com faróis, vidros, calotas cromadas do Gol G5 e socadaum no xaum…”