Carros
Salão de Detroit rende-se aos carros elétricos
Modelos elétricos e híbridos são destaques em mostra americana.
Tecnologia foi adotada pela maioria dos fabricantes.
Mais de 40 automóveis elétricos e híbridos estão em exibição no Salão de Detroit, Estados Unidos, onde são apresentados como principais opções para reduzir o consumo de combustível fóssil nos transportes. Os elétricos não emitem um grama de poluentes, enquanto os híbridos combinam motores elétricos e a combustão interna, com uma emissão menor do que que a das versões comuns.
Em 22 apresentações oficiais aos jornalistas, nenhuma empresa deixou de citar a importância da eletricidade para a mobilidade e seus esforços para desenvolver produtos que atendam a demanda por veículos elétricos ou híbridos. O peso que as fabricantes depositam neste tipo de matriz energética é mensurado só pelo fato de utilizarem o Salão de Detroit como vitrine. Além de ser um dos mais importantes eventos do setor, a edição deste ano representa os esforços da indústria automobilística norte-americana para se recuperar da crise que ainda enfrenta.
O Chevrolet Volt é o representante da nova geração de veículos ecológicos e chegará às ruas ainda este ano. Michigan será o primeiro estado americano a receber a novidade, ainda em caráter experimental, que aos poucos irá se espalhar pelo restante do país.
Seu inimigo número um é o Toyota Prius, híbrido campeão de vendas e símbolo da consciência ecológica que aparentemente se instaurou na mente dos consumidores. Mas será que a realidade é essa mesma? Para o vice-presidente mundial da GM, Bob Lutz, não. "Apenas 5% de nossos clientes compram carros ecológicos. Os outros 95% querem apenas o melhor veículo que seu dinheiro puder comprar. Parece que todos preferem carros econômicos, mas não é bem assim", disse. Essa é uma das razões para a cautela da GM ao lançar paulatinamente sua estrela elétrica.
Apesar de o Volt também carregar um motor a combustão, suas rodas estão ligadas apenas aos propulsores elétricos. Suas baterias garantem autonomia de 64 quilômetros. De acordo com uma pesquisa da General Motors, mais de 80% dos motoristas americanos roda menos que essa distância diariamente, o que justifica o número. Basta conectar o carro a uma tomada de 110 volts e, em seis horas, está carregado novamente. O motor 1.0 de três cilindros não funciona para tracionar as rodas. Quando a carga se esgota, o pequeno trem de força entra em ação para alimentar o gerador de energia elétrica, que por sua vez impulsiona o carro. Somados, os propulsores atingem pouco mais de 1.000 km rodados sem reabastecer, segundo dados do fabricante.
No Salão de Detroit
Da Europa, três modelos se destacam no hall de exposições do Cobo Center (o Anhembi de Detroit). O Volkswagen NCC é um dos mais belos. Tem um pequeno motor 1.4 litro capaz de gerar 152 cavalos e um propulsor elétrico de 20 kW, que acrescenta mais 27 cv de potência ao cupê. A VW divulgou que o conceito poderá fazer mais de 20 km a cada litro de combustível gasto.
Também da Alemanha, o Audi e-tron fez sua segunda aparição pública com novidades. Ficou menor e mais leve. O e-tron II se diferencia dos demais por ter dois motores elétricos, cada um tracionando uma das rodas traseiras. A quantidade de força aplicada depende de sensores eletrônicos que atuam sem intervenção do motorista. Um número animador: a Audi afirma que seu protótipo pode ir de 0 a 100 km/h em pouco mais de 5 segundos.
Depois de assumir o controle da Chrysler, a Fiat marcou o território americano com o 500 Elettra, atraindo a atenção da mídia local. No entanto, não deu informações sobre o que se esconde sob o pequenino capô.
A Ásia trouxe um número maior de novidades. Japoneses, sul-coreanos e até chineses têm planos de expandir sua participação no nascente segmento. A Toyota apresentou o FT-Ch, hatch híbrido que pode fazer par ao famoso Prius. Seu compatriota Honda CR-Z está mais próximo do lançamento definitivo. A montadora japonesa promete trazer diversão ao mercado de híbridos com este esportivo. Já o conceito Blue-Will, da Hyundai, está distante da linha de montagem, mas serve para que a empresa não fique de fora da onda verde.
(G1)
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