Carros
Verdades sobre o Renault Sandero
Renault Sandero, sucesso no gueto daqui a alguns anos
“Será que eu ganho esse Sandero?”
Você, sempre que tem promoção “Portas Abertas” na concessionária Renault
“Onde fica a saída?”
Maísa do SBT ao entrar no Renault Sandero pela primeira vez
“Amor, roubaram tudo que tinha no seu carro novo!”
Esposa (bastante) preocupada ao entrar no Renault Sandero Authentique recém-comprado
“Novo Clio?”
Frase real de revista sobre Renault Sandero
“Na pobreza, irmão?”
Pastor de igreja evangélica ao ver fiel chegando de Sandero
“Se eu compraria um Sandero? Não, ainda mais agora, que mandei lavar meu usado de cinco anos (Astra)”
Hairton Ponciano Voz sobre Renault Sandero
“O Sandero custa R$ 60 000”
Professor desinformado sobre Renault Sandero
“Hein? Você comprou um Pandeiro?”
Avô surdinho confirmando que o Renault Sandero possui parentescos com os pandeiros, especialmente na arte de fazer barulho
O carro de montadora francesa mais vendido atualmente é o Renault Sandero. Derivado do Logan, seu sucesso levou a Renault a investir mais no segmento compacto – e bem menos nos carros médios, fatia representada apenas por Fluence e Mégane Grand Tour, que possuem fraco desempenho em vendas.
Até Chip Foose ficou com medo desta frente
Primeiramente, o Sandero foi um dos raríssimos casos de carros lançados primeiro no Brasil e depois, vendidos em outros países. Apesar de ter sido lançado no final de 2007, suas fotos foram liberadas bem antes. E elas só confirmavam que o carro, assim como ao vivo, era bem feinho: sua frente buscava inspiração (sem sucesso) no Clio III, porém, para deixar o carro “proporcional”, o conjunto óptico ficou gigantesco, mas a maior parte dele era apenas a máscara – a parábola mesmo era bem pequena.
O retrovisor era o mesmo do Logan, com duas peças idênticas montadas em posições diferentes. Nem precisa falar que as rodas pareciam tão grandes quanto as de um carro de supermercado, ainda que se optasse pelas maiores disponíveis (aro 15”). E a traseira não era exemplo de design, com a fechadura da tampa do porta-malas exposta e as lanternas desaJettadas desajeitadas, com formas que agradam principalmente aos vendedores de peças de reposição, que cobram caro por elas.
Esse “kit aerodinâmico” serve para alguma coisa mesmo?
Por dentro, o Logan perdia feio para o Sandero. Explica-se: o sedan foi projetado para custar barato e nada mais, enquanto o hatch ganhava “requinte” (entenda-se pintura prata em algumas peças e puxador interno de portas decente). Até por isso, o Sandero custa mais que o Logan, mesmo oferecendo menos porta-malas (510 x 320 litros) e menos espaço interno (4 cm a menos de entre-eixos).
Observe todos os itens de série do Sandero completo
Mesmo assim era uma tristeza: o acabamento era de um plástico rígido de dar pena, com tudo opcional (até o para-sol e o banco do passageiro). O rádio tinha interferência até de um simples celular tijolão. O controle de vidros elétricos era no console, para gastar menos com fiação. E a porta traseira é um show de falta de ergonomia: é pesada, não se consegue puxá-la com firmeza e muito menos fechá-la, já que o puxador é mais frágil que o frAgile.
Em 2008 o Sandero caiu no modismo brasileiro de carrinho metido a jipe, com a versão Stepway. Sem tração 4x4, mas com o estilo Adventure de ser (felizmente, suavizado no Renault). Pelo menos não colocaram estepe na traseira e o visual melhorou consideravelmente em relação ao Sandero comum. O Stepway também tinha como opcional os adesivos no lado esquerdo. Logo depois, a versão urbana e o Logan seguiram seu exemplo: retrovisores diferentes para cada lado.
O modelo manteve-se sem alterações até o meio de 2011, quando ganhou reestilização, criticada por muitos. Ele ganhou novo parachoque (tentativa FAIL de imitar a Avril Lavgine o Fluence), rodas (mas continua pequenas), lanternas (o formato curvo continua, mas o desenho interno ficou quadrado – combinou 100%)...
Isso fora um frisinho cromado de péssimo gosto que envolve o "bocão", na versão Privilège. A tampa traseira tem uma profusão de logos: dois "Renault" (símbolo e escrito), "Sandero" e a motorização (ou Automatic, no melhor estilo Monza 1989). Só faltou sair de fábrica com adesivinhos de família colados na tampa traseira.
No interior, finalmente colocaram um rádio decente (que vem atrelado ao xique acabamento "Black Piano") e um ou outro detalhe novo. Já o Stepway ficou horrível e ganhou rodinhas da década de 1990. Recentemente o Sandero ganhou opção de câmbio automático, trazido da velha Scénic. Além de antiquado (e ter só quatro marchas), a transmissão parece ter vinda de um tanque de guerra, de tão feia. Ainda assim, consegue ser melhor que o eterno "Tiptronic by Porsche" da PSA, utilizada nos rivais 207 e C3.
Com estas mudanças, o Sandero provavelmente resistirá sem mudanças até o fim do mundo.
Motorizações
Motorzão forte até demais!
Os propulsores que equipam o Renault Sandero são três: 1.0 16v, 1.6 8v e 1.6 16v, todos, como diria o FISH, só desgraça. O 1.0 teve recalls, rende 77 pangarés malditos e faz o Sandero ser ainda mais lento que outros 1.0. Os 1.6 são todos velhos (provavelmente possuem teias de aranha), e andam bem, mas bebem bem. O 16v ao menos apresenta dados mais dignos, ao contrário do 8v, com potência da década de 1990 (92/95 cv).
Versões
- Authentique: carro de liso, geralmente
do Frota de frota ou do universitário comum. Chega ao absurdo de vir com rodas de ferro sem calotas. Só vem com motor 1.0.
- Expression: a mais vendida, adiciona alguns poucos itens de comodidade (como volante e bancos). Pode vir equipada com motor 1.0 16v ou 1.6 8v.
- Privilege: modelo mais equipado para quem quer “luxo” e não abrir mão do Sandero (eis duas coisas inconciliáveis). Vem com motor 1.6 8v na versão manual e 1.6 16v na automática.
Stepgay Stepway: para os boyzinhos pensarem em estar ao volante de um Range Rover. Completo, chega a mais de R$ 47 000 (isso quando não é financiado, o que triplica o valor). Vem com motor 1.6 16v, mas apresenta comportamento dinâmico pior que o das versões comuns, por causa da suspensão alta e dos quilos de plástico a mais.
- Nokia: Série especial que tinha como diferencial o Bluetooth e o mais alto preço já atingido por um Sandero. De brinde, o comprador levava um celular Nokia
2280 N95, que tinha suporte no painel pra ser utilizado como GPS e chamar atenção dos nóia fumadores de crack.
- GT Line: adesivos, rodas pretas e faróis e lanternas fumê tentavam imprimir um ar de esportivo ao modelo, que acabou ficando bem baianinho.
- Vibe: modelo chegado numa vibração.
Perfil dos donos
- 890% são universitários (dos quais 1/3 capotam)
- 101% compraram um completo (quase do preço do Fluence)
- 89% ganham de presente o CD do Luan
VW Santana após o Test-drive
- 75% preferem economizar e leva o carro com manivelas e sem A/C
- 69% vendem as calotas para ficar com o estilo furiosíssimo da roda de ferro e ainda levar uma graninha
- 51% vão usar nos finais de semana, para soltar o som no bar
- 46% usam em rachas, mas sempre tomam benga
- 37% ainda abastecem alternando gasolina e etanol, por receio de “viciar” o motor HiFlex
Verdades
Aprovado pelo baiano!
- O Sandero tem a porta traseira tão difícil de abrir que este é o motivo de raramente se verem crianças acomodadas no banco traseiro.
- Todos os donos de Sandero 1.0 precisam subir ladeiras de ré (o antigo fiasco neste quesito era o Renault Kangoo 1.0)
- A
falta de ergonomia do Sandero é tipicamente francesa, com comandos instalados nos piores lugares possíveis, pra fábrica economizar R$ 0,50 por carro.
- O post que mais fez sucesso em todos os tempos no Auto REALIDADE (blog do editor deste post) foi o que continha o nome da atriz do comercial do Sandero 2012.
- A promoção “Portas Abertas” só atrai a atenção dos consumidores para os outros modelos da Renault, pois de 1000 chaves do Sandero, nenhuma liga o carro.
- O Sandero mais gay certamente foi o Stepway Concept, que tinha freio de mão e câmbio envolvidos em uma bolsa feminina, sem falar nas florzinhas na carroceria. Também teve o protótipo Sand’up, que curiosamente já encontra-se bem gasto após tantas exposições.
- O Sandero Automatic empurra o ponteiro do velocímetro até 200 km/h – quando um esportivo bate na sua traseira.
- O marcador de combustível digital do Sandero é confiável, tanto quando uma nota de R$ 500 – o tanque esvazia e ele mede ¼.
- A Renault já faz Logan, Sandero e se prepara para produzir o Duster. Por que ela não muda o nome de uma vez para Dacia do Brasil?
Arrepiou, otário.
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