Carro elétrico: Brasil não oferece incentivo e não avança no tema
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Carro elétrico: Brasil não oferece incentivo e não avança no tema


Incentivos fiscais e desenvolvimento de pesquisas na área de eletrificação veicular foram alguns dos temas abordados por especialistas de diversos segmentos da indústria no 2º Simpósio SAE BRASIL de Veículos Elétricos e Híbridos, promovido pela Seção São Paulo da SAE BRASIL, no dia 11 de novembro.

Durante o encontro foram apresentadas algumas opções de carros elétricos e híbridos disponíveis no mercado nacional, tecnologias para o transporte de passageiros desenvolvidas pela indústria brasileira, a situação do mercado de baterias e programas de mobilidade elétrica implantados no Brasil. “Tivemos acesso a diversas informações e tecnologias que norteiam o futuro desse mercado.

O Brasil está crescendo na área de tecnologia de mobilidade elétrica, mas ainda está atrasado frente a
outros países. Apesar disso ser por conta de uma conjuntura econômica não podemos deixar de levar em consideração que esse nicho de mercado pode trazer diversas oportunidades para a nossa
indústria”, contou Raul Beck, chairman do encontro.

Vinnícius Vieira, integrante do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC SP, afirmou que as cidades precisam pensar em sistemas inteligentes para resolver problemas de mobilidade, pois os impactos da
administração surtem efeito diretamente na competitividade, eficiência energética e emissões de CO2. Ressaltou que há necessidade do desenvolvimento de infraestrutura de transporte com matriz
elétrica.“Essa tecnologia é fator decisivo para a melhoria de vida nas cidades. Além disso, é preciso pensar num modelo de negócios diretamente ligado à mudança de comportamento do individual para o coletivo”, afirmou.

Anderson Suzuki, engenheiro da Nissan, apresentou iniciativas da empresa em colocar no mercado um carro elétrico. Porém, segundo Suzuki, não adianta os projetos estarem disponíveis ao consumidor se o governo não der incentivos ficais. “Essa questão não depende apenas do fabricante, é muito maior do que isso. É preciso planejamento urbano e tributos mais justos. Como o carro elétrico é mais caro, é necessário oferecer alguma compensação para que o comprador opte por esses modelos”, disse.

Fernando Mano, diretor de estratégia e inovação da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) apresentou o Programa Mobilidade Elétrica, em implantação na cidade de Campinas, que prevê a
instalação de cerca de 100 eletropostos para o recarregamento dos carros.

A empresa importou da Europa modelos da marca Renault, que serão incorporados na frota da Prefeitura e de algumas empresas locais, para analisar os impactos sobre a rede de distribuição de
energia da cidade e avaliar a operação do sistema.


O gerente de Vendas e Marketing da BMWi, Carlos de Moura Côrtes, mostrou os carros elétricos da empresa e a rede de serviços. Segundo o executivo, a marca acredita que quando se fornece um carro como esses é preciso também disponibilizar um pacote de serviços, como ponto de recarga e assistência técnica.

Ricardo Satué, gerente de Produtos, Mobilidade e Veículos Leves da Innovation Applus IDIADA, afirmou que o atual modelo de mobilidade está obsoleto, pois se gasta muito tempo com deslocamento.

Para que isso melhore é preciso integrar as tecnologias complementares para criar modelos eficientes e saudáveis. “A mobilidade é eficiente quando ela é econômica, rápida e poupa tempo”, enfatizou.
 No painel “Tecnologias na Mobilidade Elétrica”, Spartacus Pedrosa, gerente de Engenharia de Produtos da ITEMM – Moura, apresentou as tecnologias de baterias para os vários tipos de veículos elétricos, seu funcionamento e as formas de assegurar a integridade e operação otimizada do produto. O engenheiro comentou que a Moura recicla 100% das baterias que produz.

A gerente comercial da Eletra, Iêda Oliveira, mostrou as tecnologias que a empresa desenvolve para o setor de transporte público de passageiros, como o projeto Híbrido BR, ônibus 100% nacional e que será tracionado apenas por motores elétricos.“A indústria nacional está tomando suas providências e está buscando desenvolver tecnologias para viabilizar um transporte mais limpo.

 Agora precisamos que o governo faça a parte dele. É preciso desenvolver políticas públicas que tragam incentivos fiscais que viabilize a introdução dessas tecnologias no mercado”, apontou. Wilson Valente Junior, engenheiro de Desenvolvimento da EDA Services Consultant ESSS, mostrou o uso da simulação computacional no desenvolvimento de veículos elétricos.

Segundo o engenheiro, o recurso permite ter conhecimento de possíveis falhas ainda na fase de projeto. “Essa ferramenta é muito importante, pois conseguimos prever problemas nos mais diversos
sistemas do veículo. Reduzimos o tempo das análises de quatro semanas para 50 minutos”, disse. Bernardo Hauch, gerente do BNDES, apresentou estudo da instituição que avaliou a indústria brasileira deste segmento, as novas tecnologias e como os veículos elétricos podem transformar o mercado global.

Segundo o executivo, a indústria global de baterias automotivas passa por transformação com a crescente eletrificação, pois mesmo os veículos com motores a combustão tendem a utilizar baterias
mais avançadas. Além disso, a difusão dos veículos elétricos representa ainda mudança mais radical na indústria, que passou a utilizar tecnologias antes restritas à eletroeletrônica. “No Brasil, a indústria de baterias automotivas é das poucas do setor de autopeças com predominância de empresas de capital nacional”, apontou.

O vice-presidente da Anfavea, e diretor de Relações Institucionais da Renault Nissan do Brasil, Antônio Calcagnotto, afirmou que os veículos no futuro serão elétricos, já que a maioria das marcas estão investindo no desenvolvimento desses modelos e as vendas globais dobraram no último ano.

Porém, ele acrescentou que para que esses carros possam entrar com força em nosso mercado, é preciso incentivar as montadoras instaladas no Brasil a fabricarem esses modelos e, para isso, é
preciso reduzir a sobrecarga tributária a que eles estão sujeitos. “Estamos completamente atrasados em relação aos demais mercados”, enfatizou.

Ozíres Silva, reitor da Unimonte e integrante do conselho consultivo sênior da SAE BRASIL, afirmou que o Brasil precisa desenvolver mais projetos intelectuais nacionais e não pensar apenas em produtos com peças nacionais.

O executivo afirmou que temos um mercado muito promissor, com grande potencial de consumo, mas que desde o início da produção nacional de veículos, no final da década de 1950, o Brasil pouco
ofereceu em termos de marcas locais de êxito. “Temos um considerável mercado interno e com grande potencial de exportação, porém é preciso incentivá-lo”, analisou.

No painel “Os desafios para projeto e produção de veículos elétricos”, o engenheiro sênior de produto da CNH Industrial, Fabio Nicora, apresentou os veículos que a Fiat disponibiliza para o mercado de
comerciais e os desafios que a marca venceu para introduzir esses carros no mercado nacional. “É muito difícil concorrer com um carro movido a diesel, eles são mais baratos na compra e na manutenção”, declarou.

O gerente de Assuntos Governamentais da Toyota, Roberto Braun, apresentou projetos híbridos da montadora que já conta com 21 modelos com essa opção de motorização, mas poucos disponíveis
para o mercado nacional.

O executivo informou que até 2015 a montadora planeja lançar mais 18 modelos e também oferecer essa opção de motor em todos os veículos da marca. “Esperamos que no 1º semestre de 2014 o
governo nacional dê incentivos para as novas tecnologias de propulsão”, disse.

Publicado em Verdesobrerodas  
Fonte: Tribuna da Bahia








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