A quinta geração do Volkswagen Gol chega em junho. Pelo menos é isso que afirmam algumas fontes da montadora. A apresentação do modelo já estava pronta para abril, mas alguns atrasos na linha de produção e o súbito aumento das vendas do modelo atual frearam um pouco os ânimos da Volks. Contudo, alguns concessionários já viram o carro e informaram, que de frente, o modelo é uma espécie de versão compacta do utilitário esportivo Tiguan, que deve chegar ao Brasil aproximadamente na mesma época do lançamento do novo Gol.
Atrás, porém, o Gol G5 está mais para os carros da Audi, só que com elementos redondos dentro das lanternas. O habitáculo traz muitas melhorias estéticas e funcionais — como velocímetro e conta-giros no painel —, mas a melhor delas é que o volante e pedais tortos de antes desapareceram. Sinal de que São Ferdinand Porsche, padroeiro da dirigiblidade, ouviu nossas preces.
Além do design, o novo Gol também terá muitas mudanças sob o capô. Primeiramente, a montagem dos motores será feita de forma transversal e inédita na linha Gol, fato que também terá como conseqüência o aumento do espaço interno. Já o motor 1.0 deve ser destinado apenas para o Gol G4, que continuará sendo vendido como carro de entrada. O motor mais fraco do G5 será, então, o 1.4 Flex que equipa a Kombi e o Fox para exportação com uma trabalhadinha para render 88 cv. Já o motor AP 1.6 atual seria substituído pelo novo EA-111 1.6 de 103 cv do Golf e Polo — e o 1.8 dá adeus à linha.
Em outubro, por sua vez, está prevista a estréia do novo Voyage para o Salão do Automóvel. Assim, a Volkswagen finalmente resolverá seu problema de estratégia que data de 1996 e que deu enormes volumes de vendas para o Siena da Fiat, Fiesta sedã da Ford e Corsa Classic e Prisma da General Motors. Já a Saveiro, que ainda é chamada pelo codinome "Arena" deve começar a ser produzida no início de 2009. E até mesmo a Parati, que foi dada como morta por fontes da marca no ano passado, pode ter um futuro animador.
Mas tudo vai depender da repercussão desta quinta geração do Gol. A máxima de "time que está ganhando" tem tirado o sono da Volkswagen, mas dificilmente um carro mais moderno por dentro e por fora e sem os problemas de ergonomia de seu antecessor terá vida difícil por aqui e venderá menos que a média de 20.200 unidades/mês do ano passado.
O GOL HERDOU A FAMA DO FUSCA
Quando foi lançado, em 1980, ele tinha muita coisa do Fusquinha. O motor era o 1.300 refrigerado a ar e comportava o estepe sob o capô, como o Uno. Vei o 1.600 da Brasília, com dupla carburação e curta vida. Logo apareceu o motor AP 1.600 do Passat, montado na longitudinal, configuração comum para a época e sinal de defasagem na versão de hoje.
VW lançou o três volumes Voyage, um sucesso comprado pelos órfãos do Opala, a Parati e a picape Saveiro. Veio a geração II, o Gol bolinha, que subverteu as linhas navalhadas e adotou as formas orgânicas impostas pelos modelos orientais. A aerodinâmica passou a ser tudo. O Voyage morreu, a Parati e Saveiro ficaram.
As formas arredondadas cansaram um pouco, mesmo assim o carro continuou a ser líder em vendas. Veio a geração III, mais navalhada e depois a IV, a atual, com painel de Fox, mas os mesmos defeitos da anterior.
(Automania)