Carros
PRÉ-ESTREIA INTERNACIONAL - NOVO PEUGEOT 308
TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
O tenista Gustavo Kuerten não teve muita sorte na carreira, além dos títulos que conquistou, claro. Primeiro, foram as dores no quadril que anteciparam a sua aposentadoria do esporte. Desta vez, ele está fazendo propaganda de um carro já desatualizado. Apesar de lançado no ano passado, o Peugeot 308 que ele ajuda a divulgar acaba de ganhar uma nova geração na Europa, que será apresentada ao público no Salão de Frankfurt (Alemanha), em setembro.
A carroceria alta - com janelas laterais também altas, o vidro traseiro recuado em relação à tampa do porta-malas e a grade estreita no para-choque - deu lugar a uma silhueta mais baixa, com área envidraçada mais discreta e estreita e o vidro traseiro alinhado à própria tampa do porta-malas. Os faróis continuam pontiagudos, mas agora estão mais recortados, horizontais e com filetes de LEDs. A grade principal continua no para-choque, mas o capô ganhou uma nova entrada de ar auxiliar, com contornos cromados e o nome Peugeot, seguindo o conceito do sedã 508, do hatch 208, do sedã compacto 301 e do cupê esportivo RCZ. As lanternas traseiras deixaram de ser curvadas para receberem uma extensão na traseira e adotarem o formato de "garra de leão", como também visto no 208. O charme das suas novas linhas está mesmo nos vincos laterais e do capô.
O compacto recém-lançado no Brasil também inspirou o interior da inédita segunda geração do hatch médio (que até então se reestilizava trocando de nome: 309, 306, 307 e 308). Pelo menos na disposição dos instrumentos, acima do volante. A tela multimídia é mais discreta no 308, alinhada no painel central, entre os difusores de ar. No 208, ela é bem saliente. O console central abriga poucos comandos, boa parte deles concentrada no display de 9,7 polegadas. Tem apenas uma ranhura que parece ser a entrada do CD e teclas para as travas, ventilação e pisca alerta. Abaixo, há a tomada de 12 volts. Já no console do assoalho podemos ver o câmbio, o botão de partida e o freio de mão eletrônico. O acabamento, claro, é mais sofisticado que o do 208 e do 308 antigo. De um plano geral, o painel do novo 308 ficou com aparência de cockpit, assumido pela própria Peugeot.
Agora as informações técnicas: a plataforma modular EMP2 é a mesma do também já apresentado Citroën C4 Picasso. Segundo o grupo PSA, que administra as duas marcas francesas, a base contribuiu para uma redução de 140 kg no peso em relação ao 308 anterior. Isso pode proporcionar mais dinamismo, dirigibilidade mais fácil (principalmente na estrada) e menor emissão de gases, que já é anunciado a 85 gramas de CO2 por quilômetro rodado.
Na verdade, parte desse ganho de leveza, redução de emissões e dinamismo se deve à redução do comprimento de 4,28m para 4,25m. A largura é de 1,46m. O porta-malas tem capacidade para 470 litros, quarenta litros a mais que os fantasiosos 430 anunciados na ocasião do lançamento do 308 velho no Brasil, no ano passado. Na prática, são apenas 348 litros. Falta saber a real capacidade do bagageiro, assim como as opções de motorização e lista de equipamentos, ainda não divulgados oficialmente.
A manutenção do nome que gerou uma segunda geração consecutiva inédita (o 301 também repetiu um nome, mas depois de muitas décadas) de um modelo da Peugeot se deve ao fracasso do antecessor do 306 na Europa. O velho 309, vendido lá entre 1985 e 1993, criou um trauma tão grande que fez a marca francesa congelar, pela primeira vez, seu codinome em um novo projeto e voltar para 301 o sedã voltado para mercados emergentes. Pular para 310 não pode porque, a partir daí, já é patente da alemã BMW.
Para quem acabou de comprar no Brasil o já ultrapassado 308 fabricado na Argentina (e eu já tinha falado que ia mudar nos textos de lançamento e comparativo), resta torcer para a filial brasileira importar logo a nova geração, pois a Peugeot já adiantou que o nosso vizinho deve ser o próximo destino do novo 308, junto com a China. A minha previsão é que ele chegue em 2015, se vier.
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