Retrômobilismo#87: Fiat Elba tinha bom espaço interno, mas mesmo assim não agradou o brasileiro!
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Retrômobilismo#87: Fiat Elba tinha bom espaço interno, mas mesmo assim não agradou o brasileiro!



A Fiat Elba é um daqueles exemplos de veículos "injustiçados" pelo mercado. Isso por que a Elba não conseguiu o mesmo efeito das suas principais rivais, como Volkswagen Parati? A station compacta da Fiat chegava ao mercado para substituir a Panorama, que teve vida relativamente curta. Lançada em 1980, a Panorama resistiu até os últimos momentos e em 1986 entregou o "posto" para a Elba. Lançada em Março daquele ano, a Elba substituía a desajeitada Panorama, e com êxito. Ela tinha linhas harmoniosas e logo se tornou a líder do segmento no quesito espaço interno. Podia levar 610 litros em seu porta-malas e tinha acesso ao porta-malas, com uma seção central do para-choque integrada à tampa, solução criticada na época. As primeiras unidades da Elba saíam com rodas de alumínio usadas pela Fiat, com desenho que mais lembrava os de rodas comuns de aço. No fim do mesmo ano de seu lançamento, ganhava repetidores de pisca no para-lama. Era vendida nas versões S e CS.


A versão mais simples, S, poderia ter câmbio de 4 ou 5 marchas, além de contar com o motor 1.3 de 59cv e torque de 10kgfm. Esse motor levava 17,4 segundos para chegar a 100km/h e chegava a 148km/h. Já a CS vinha com motor 1.5, que usava carburador de corpo duplo que desenvolvia 71,4cv de potência com gasolina e 71,4cv de potência com álcool, que atingia 158km/h. Em ambos os casos o torque era de 12,3kgfm. Com esse motor ele ia de 0 a 100km/h em 14,8 segundos. Em 1988 trazia suspensão com geometria revista para menor desgaste dos pneus, os retrovisores externos mais amplos e os bancos dianteiros ganhavam novo sistema de rebatimento, mais leve e prático. Em 1989 era lançada a Elba CSL, versão luxuosa que ficava acima da CS e contava com motor 1.5 Sevel da Argentina, que pulava para 82cv de potência e torque de 12,8kgfm, com câmbio manual de 5 marchas. Essa versão tinha revestimento de veludo nos bancos, encostos de cabeça vazados e barras no teto.





Um dos destaques era o novo painel envolvente, que substituía o anterior com comandos satélites. No exterior, o destaque ia para  frisos plásticos e lanternas fumês. Entre os itens de série, essa versão trazia travamento central elétrico, além de ar-condicionado e check control, porém todos opcionais. Em 1990 a vida da Elba já estava bem mais complicada com a chegada da Chevrolet Ipanema, que se unia a Volkswagen Parati no segmento de Stations Compactas. Para isso, a Elba ganhou mais portas, as chamadas "portas para o sucesso". Chegava ao mercado a Elba 5 portas e pouco tempo depois ganhava a sua primeira reestilização no visual. Com 4 portas, a Elba também ganhava pega-mão saltados, sendo que usava apenas 2 portas, compartilhadas com o Uno. Em 1990 chegava também o motor 1.6 Sevel, que desenvolvia 84cv com gasolina e 88cv com álcool, com torque de 13,7kgfm de força, substituindo o motor 1.5. Em 1991 chegavam mais mudanças: 2 tensores faziam a tarefa de manter a posição das rodas em acelerações, antes um encargo do estabilizador. Até então, ao sair forte, as rodas assumiram posições indesejadas, o que prejudicava a transmissão de potência.


No mesmo ano a família Uno ganhava uma nova dianteira, chamada de "frente baixa", devido aos faróis e grade mais afilados que o modelo de 1985. Mais mudanças viriam em 1992, com o lançamento da Elba Weekend, que ganhava "sobrenome". O modelo passava a contar com injeção eletrônica no motor 1.5 de 67cv a gasolina, que prometia maior economia de combustível. Enquanto isso, as versões S e CS com 2 portas saíam de linha. Em 1993 a Elba ainda usava motor 1.6 com carburador, situação que mudava em 1994. A Elba ganhava o motor 1.6 i.e.. O motor 1.6 i.e. mpi trazia injeção multiponto e aumentava a potência para 92cv e 13kgfm de torque. O desempenho continuava no mesmo patamar da versão carburada, com aceleração de 0 a 100km/h em 13,6 segundos e velocidade máxima de 166km/h, mas o consumo melhorava. No mesmo ano, a Fiat começa a importar um câmbio manual para a Elba, mesma coisa que tinha feito com o Uno, que tinha engates mais suaves e precisos.


A partir de 1994 a Fiat não mexia mais na Elba. Para dizer não "não mexia mais", a Fiat retirava de linha a versão CSL de linha e em seu lugar colocava a versão Top, mas mesmo assim a Elba via suas vendas definharam ano após ano e sua participação diminuía perante a suas rivais. Imbatível, a Volkswagen se mexia e lançava em 1995 a nova geração da Parati, que complicou ainda mais a vida da Elba. A partir daí, a Fiat percebeu que não tinha mais o que fazer com a Elba se não for esperar a "morte", que estava bem próxima. Em 1996 a Fiat decretava o fim de linha de Prêmio e Elba no final de 1996, que saíam do mercado com um forma honrosa. A Elba vendeu nesses quase 11 anos de mercado, 150.286 unidades e sua sucessora chegava já em Fevereiro de 1997. A Palio Weekend iria conseguir um feito que era o almejado pela Elba. Tomar a primeira posição da Volkswagen Parati do segmento de stations. A Elba deve ter ficado muito orgulhosa desse feito de sua sucessora.


 Fato importante: A Fiat Elba tem em sua bagagem, uma história de impeachment. Quando Fernando Collor foi apresentado o presidente da república em 1990, muitos pensavam que ele seria a solução para o Brasil. Mas um cheque vindo de uma conta fantasma de PC Farias, tesoureiro da campanha de Collor e organizador dos esquemas do ex-presidente, foi usado para comprar um Fiat Elba e para reformar a Casa da Dinda, residência oficial do presidente. Quando essa prova foi obtida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que cuidava do caso em 1992, a saída de Collor da presidência foi inevitável. Foi o estopim para a o processo de impeachment de Collor, que foi efetivado em 1992, que em seu lugar entrava Itamar Franco, famoso por trazer o Volkswagen Fusca novamente à vida.


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