Um ano ausente do calendário foi o suficiente para aumentar a expectativa em torno da 26ª edição dos 500km de Interlagos, marcada para o dia 15 de junho, em São Paulo. A prova deste ano não só marca o retorno do evento ao cenário do automobilismo como também representa a comemoração de um momento histórico: os 50 anos da corrida de longa duração – uma das mais tradicionais do Brasil, que já teve a participação de pilotos consagrados como Emerson Fittipaldi, Wilson Fittipaldi, Ingo Hoffmann, Fritz D’Orey, José Carlos Pace, Luis Pereira Bueno e Chico Landi, para ficar apenas naqueles que passaram pela Fórmula 1.
Só que, neste caso, tradição nem de longe representa exclusividade, já que o princípio da prova é ter como pano de fundo uma festa das mais democráticas, onde mesmo aqueles que não vivem o automobilismo profissional têm o seu espaço. A atração principal, claro, são os 500km de Interlagos, esta sim voltada aos pilotos e aos carros mais competitivos, mas a programação prevê uma série de atividades paralelas para quem for ao autódromo, incluindo a prova exclusiva para carros antigos e três modalidades na competição de regularidade. Tudo para compor o cenário dos 50 anos do evento.
Ainda faltam 15 dias para a largada, mas as inscrições já estão abertas e o grid, pelo menos no papel, começa a ser formado. Nele, estará o atual vencedor da corrida, Lucas Molo, com sua Ferrari, talvez o carro mais badalado do fim de semana. Só que, desta vez, ele terá um novo companheiro de equipe. Vai dividir a pilotagem do carro durante mais de três horas com Maurício Neves. Uma outra Ferrari aparece na listagem – não por acaso pertencente à Uberto Molo, que vai correr com Istvan Minach. As duas estão inscritas pela categoria I, onde terão a concorrência de outra máquina italiana, a Maserati de Beto Coutinho e Bob Coutinho.
A tendência para as próximas semanas, até o início dos treinos livres, na sexta-feira, dia 13 de junho, é o aumento no número de inscrições. Além do caráter festivo da prova, em comemoração aos 50 anos dos 500 km de Interlagos, a corrida tem um significado especial por marcar o retorno do evento ao calendário de competições, já que em 2007 as obras no Autódromo Internacional José Carlos Pace impediram sua realização. A prova é disputada desde 1957 e tem dois pilotos como recordistas de vitórias. Celso Lara Barberis (1957, 1959 e 1961) e Luis Pereira Bueno (1966, 1970 e 1971) ganharam três vezes cada – número que não pode ser alcançado por ninguém em 2008.