Carros
Aumenta investimentos em veículos a hidrogênio
À primeira vista, Namyang parece ser apenas mais uma de tantas outras cidades próximas à periferia de Seul, a capital sul-coreana. Prédios comerciais e imensos conjuntos habitacionais dividem o cenário com viadutos, placas de publicidade e o trânsito intenso. Escassas ilhas de vegetação tentam quebrar a rotina cinzenta do ambiente. Em meio à selva de pedra, no entanto, Namyang guarda um segredo. Ou melhor, vários.
É nesse local que fica o centro de pesquisa e desenvolvimento da Hyundai Motor Company, dona das marcas de automóveis Hyundai e Kia.
A convite da montadora, NEGÓCIOS visitou o sigiloso laboratório de Namyang - tão sigiloso que, ali, nos 3,5 milhões de metros quadrados do complexo, os carros circulam de "burcas" (as capas de proteção) para afastar olhares e flashes curiosos dos vistantes.
Não muito distante de Namyang, na região de Mabuk, está o centro de pesquisas de tecnologias ambientais da Hyundai. Localizado em Mabuk, o laboratório verde da montadora vem ganhando cada vez mais projeção no grupo, algo natural na medida em que se intensificam as discussões sobre o combustível que vai movimentar os automóveis no futuro.
Algumas montadoras apostam nos híbridos, que misturam a propulsão convencional à elétrica; outras preferem as baterias elétricas puras. Já a coreana Hyundai vê como resposta as células de combustível, que usam o gás hidrogênio para gerar a eletricidade que impulsiona o carro.
A preocupação em tornar os motores mais limpos é fácil de entender. A venda de veículos ambientalmente corretos de diversos tipos cresceu cerca de 10% no ano passado e a empresa vê um mercado de mais de 20 milhões de unidades até 2020. “Esse deixou de ser um pequeno segmento. O futuro vai todo nessa direção”, diz Sae Hoon Kim, pesquisador sênior da divisão de desenvolvimento da empresa. A aposta é que 64% desse valor será de veículos híbridos, mas o resto será puramente elétrico, tanto das baterias quanto das células de combustível de hidrogênio.
Kim, no entanto, vê o hidrogênio como a melhor resposta para as exigências da legislação internacional sobre redução da poluição automotiva. A Hyundai é hoje a única empresa mundial manter um carro desse tipo em produção comercial. Trata-se do iX35 Fuel Cell, versão à hidrogênio do SUV convencional da marca.
O pesquisador enxerga ainda mais longe as possibilidades do modelo. Para ele, o carro faz parte do que chama de “sociedade do hidrogênio”, que deverá ser a matriz principal da geração de energia do futuro. Kim vê a possibilidade, por exemplo, da criação de centrais elétricas temporárias móveis, simplesmente ligando veículos estacionados a uma tomada. “Os estacionamentos podem se transformar em geradoras de força.
O governo poderia pagar para que as pessoas deixassem seus carros interligados ao sistema enquanto trabalhassem ou dormissem. Juntos, 100 mil carros produzem um gigawatt de energia, o mesmo que uma usina nuclear”.
Postagem: Aumenta investimentos em veículos a hidrogênio
Publicado no Verdesobrerodas
Origem: Época Negócios
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