Mudança da hábito: das duas para as quatro portas.(Parte 1)

Vamos voltar no tempo da década de 1970 e 1980 principalmente. no início da nossa indústria não era tão forte essa frase abaixo

"Carro de quatro portas não presta, é taxi e é inseguro". Bom naquela época Air Bag ou ABS em carros nacionais nem em sonho, então a segurança estava ligada as crianças no banco de trás. e aqui não vamos contar esportivos da época como Interlagos e Karmann-guia e nem picapes, utilitários esportivos da época(chamadas de "camionetes") vamos colocar só para se ter uma base.

  Em 1956 saia o primeiro carro nacional era o DKW Vemaguet apenas com duas portas e da Willys Rural com duas portas, em 1958 era vez do Willys Dauphine com quatro portas e da Chevrolet Amazona com 3 portas, isso mesmo 3 portas.Em 1959 era vez do Fusca com duas portas e do Simca Chambord com quatro portas, note que existia um certo equilíbrio aqui.

 

Como eu falei, aqui existe um certo equilíbrio, mas um modelo era duas ou era quatro portas, e temos que lembrar que na terra do 7x1 não existiu Fusca quatro portas ou DKW Universal de quatro portas, nos EUA não existiu Willys Station Wagon de quatro portas ou uma Suburban(da qual a Amazona era versão nacional dela) com quatro portas  e na França não existiu Simca Vedette ou Renault Dauphine de duas portas. Surgiu a guerra publicitária nos anos 1960 a Volkswagen atacava o Gordini e essa revidava atacando o Fusca, lógico que o Dauphine sofria de fragilidade e  Fusca seu motor á ar que, você sabe: eficiência não é com ele. Mas e as quatro portas entram a onde? agora elas entram, afinal a Volkswagen fez uma peça enaltecendo as duas portas, por que as crianças, não podiam abrir as portas traseiras e com isso duas portas era melhor, aliás uma baita de uma bobagem hoje em dia, mas na época o Gordini não tinha a trava central que travava as outras portas e aí em 1963 veio a trava central e com isso o estrago nos quatro portas estava feito, no segmentos populares é  claro. mas mesmo assim em 1960 chegava o Aero Willys de quatro portas, o Alfa Romeo JK 2000 com quatro portas, em 1961 era vez do DKW Belcar com quatro portas, por incrível que pareça o DKW alemão equivalente era duas portas, em outubro de 1963 chegava a Simca Jangada que foi a única perua de quatro portas a ser feita no Brasil durante muito tempo. Em 1964 chegava a Veraneio com quatro portas e substituía a Amazona e como curiosidade: nos EUA, ela manteve as três portas, mas aqui veio com quatro portas no chassi equivalente e o DKW Fissore com duas portas, ou seja o modelo mais luxuoso da marca com duas portas..... em 1966 chegava o Ford Galaxie sempre com quatro portas, afinal o Galaxie atendia o segmento mais abastados da sociedade da época, em 1967 chegava o Chrysler Esplanada que era uma melhora do Simca Chambord ainda com quatro portas, em 1968 chegavam  Chevrolet Opala,  Ford Corcel e  Volkswagen 1600 4 portas "Zé do Caixão" com quatro portas, em 1969 chegava o Ford Corcel cupê e o Dodge Dart com quatro portas e a perua Variant com duas portas, o caso curioso do Galaxie é que nos Estados Unidos ele teve carroceria cupê, conversível e perua de quatro portas, o Opel Rekord C na terra do 7x1 já tinha os sedãs e cupê de duas portas, perua de duas ou quatro portas e até o conversível, o Corcel chegou um ano antes do Renault 12 e do Dacia 1300, mas só no Brasil e na Romênia, ele teve opção duas portas, mas nos outros mercados apenas quatro portas e o Dodge Dart lá nos EUA já tinha o cupê de duas portas e até um belo conversível e na terra do 7x1(Alemanha) o 1600 que deu origem ao nosso quatro portas tinha duas portas e a Variant alemã sempre foi duas portas(a da época é claro). O Dauphine até o final da sua carreira em 1968 se manteve fiel as quatro portas, Rural e Fusca se mantiveram fieis as duas portas.

 

 

 

 

 

 

Dá para ver que o preconceito de "Taxi" e "Inseguro" era ainda forte, tanto que a Ford não investiu num Corcel II com quatro portas(embora usou a base para fazer um outro quatro portas), Chevette e Brasilia ganharam opção de quatro portas anos depois do lançamento da duas portas, o Dodge 1800 morreu sem quatro portas, a Veraneio? se manteve fiel as quatro portas, dá ver que o Passat quatro portas veio para atender os taxistas fãs da VW, a Brasilia de quatro portas já era exportada também e gerou curiosidades como Belina, Caravan e Variant apenas com duas portas e eram carros familiares, aliás faço uma justiça aos anos 1960: até aquele momento a única perua nacional de quatro portas era a Simca Jangada derivada do Chambord que havia saída de linha em 1966. e outra mudança na época, a Volkswagen comprava a Chrysler e com isso virava a Volkswagen caminhões.

   Em março de 1980 chegava a Fiat Panorama perua derivada do 147 com apenas duas portas, aliás chegou a ser exportada para Itália, também, em maio de 1980 chegava o Gol de primeira geração sempre com duas portas, em outubro de 1980 chegava a Marajó com duas portas, lembrando que a Opel Kadett C também só veio com duas portas, em julho de 1981 chegava o Del Rey com quatro portas e o Voyage de primeira geração com duas portas, em março de 1982 chegava o Monza Hacht, e mais uma curiosidade: no exterior o Ascona C Hacht/Vauxhall Cavalier MK2 teve carroceria apenas de quatro portas e aqui no Brasil criaram um duas portas, em julho de 1982 é vez da Parati chegar ao mercado apenas com duas portas,em outubro de 1982 na linha 1983 o Del Rey ganha uma opção de carroceria duas portas, aliás o Del Rey foi na contramão da época, em março de 1983 chegava o Oggi sedã do 147 apenas com duas portas, em agosto de 1983 na linha 1984 chegava o Escort nas carrocerias duas e quatro portas simultaneamente, a Scala quer a uma "Belina de terno e gravata" mantinha a opção duas portas  e em setembro o Voyage ganhava a opção de quatro portas, até hoje da primeira geração do Gol ele é o único que ofereceu quatro portas, e chegava os Monza sedã com duas e quatro portas no exterior eles também tinham essa opção com exceção da Austrália(Holden Camira). Em maio de 1984 chegava o Santana nas carrocerias de duas e quatro portas simultaneamente, na Alemanha ele já havia sido renomeado Passat Limousine ou Saloon dependendo do mercado, mas o duas portas foi exclusividade nossa, nem na China onde ele teve vida longa, teve essa opção. Em agosto de 1984 na linha 1985 chegava o Uno de primeira geração, apenas na carroceria duas portas. Em março de 1985 era vez do Premio chegar com carroceria duas portas, em setembro de 1985 chegava a Quantum que era perua  do Santana com carroceria de apenas quatro portas. Em julho de 1986 chegava a Perua Elba com carroceria de duas portas e três meses depois chegava a opção de quatro portas ao Premio, ao mesmo tempo que Voyage e Escort de quatro portas dão adeus e a Scala virava Belina Del Rey e mantinha as duas portas, Em outubro de 1988 uma situação curiosa: na GM o Opala de quatro portas passou a vender mais que o cupê e aí o cupê deu adeus e no Chevette quem dá adeus é o quatro portas, ainda na GM chegava a nova Veraneio que manteve as quatro portas, mas chegava a versão curta chamada Bonanza com duas portas e era linha 1989, em março de 1989 chegava o Kadett com apenas duas portas, no exterior o Kadett E teve opção de quatro portas Hacht na terra do 7x1 e sedã com quatro portas na Coréia do Sul e no Uzbequistão.(até hoje fabricado). Em outubro de 1989 chegava a perua do Kadett com duas portas que era Ipanema e chegava o Ford  Verona, versão sedã do Escort com carroceria de duas portas, no caso da Ipanema, a Kadett E Caravan tinha opção de duas ou quatro portas e o Orion europeu era apenas de quatro portas e a perua Elba que já era exportada com quatro portas para Itália, ganha opção no mercado interno. O  Fusca morreu em 1986 se manteve fiel as duas portas, o Dart se manteve fiel as duas opções até o adeus em 1981, o Galaxie se manteve fiel as quatro portas até também ir embora em 1983, o Dodge 1800/Polara dá adeus em 1981 se manteve fiel as duas portas, assim como a Variant II que foi embora em 1980.