Com uma frota que nem sempre está em bom estado e com passageiros que ora reclamam da superlotação, ora reclamam da demora, os ônibus urbanos do Rio estão chegando ao seu centenário de prestação de serviços. Atualmente circulam 12 mil ônibus na Região Metropolitana, que transportam 3 milhões de passageiros por dia.
O transporte foi inaugurado na Cidade Maravilhosa em 1908, três anos depois de estrear em Paris. Era um ônibus movido a gasolina, que fazia o percurso da Praça Mauá-Passeio Público pela Avenida Central, num trecho bem pequeno da atual Avenida Rio Branco.
Atualmente, o percurso é um dos mais problemáticos da cidade por causa dos sinais de trânsito, dos engarrafamentos, dos carros particulares e, sobretudo, dos próprios ônibus em permanente luta com as vans, piratas ou legais.
O tataravô do " frescão" e do "quentão" transportava 20 passageiros. O empresário Octavio da Rocha Miranda foi o primeiro a acreditar que o transporte na cidade poderia ser feito de ônibus. Foi ele quem inaugurou, em caráter precário, a primeira linha de ônibus urbano motorizado do pais.
Além das viagens no Centro, os carros levavam passageiros até a Praia Vermelha, na Urca, na Zona Sul, onde acontecia uma exposição em comemoração aos 100 anos da abertura dos portos por D. João.
Empresário e colecionador, Eurico Galhardi, que também é vice-presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos do Brasil (NTU), possui um acervo particular com miniaturas dos ônibus mais antigos até os mais atuais.
São 2020 réplicas, peças que contam a história do ônibus no Brasil e no mundo. Os modelos Gostosão, Chope Duplo, Jacaré e o Sinfonia Inacabada estão entre as miniaturas.
“Comecei a reunir as réplicas há mais de 30 anos. Minha preocupação é fundamentalmente com a história, sobretudo com o efeito sociológico e de desenvolvimento urbano que o ônibus possibilitou,” afirma Galhardi.