“Em setembro, houve reflexo na produção das greves que aconteceram no mês por causa das negociações salariais. As paradas na produção representaram queda de 20 mil unidades fabricadas”, afirma o presidente da Anfavea, Jackson Schneider. O representante da indústria afirma que o outro motivo da frenagem na produção é a contínua queda das exportações, resultante da redução do tamanho dos mercados externos.
De acordo com Schneider, setembro foi o melhor mês da história da indústria automobilística em número de emplacamentos. O mês registrou também o melhor dia em vendas, com 26.157 veículos licenciados em apenas um dia. “Mesmo havendo um reflexo da antecipação das compras por causa do IPI, o número dos licenciamento foi fora do normal. Caminhamos para o ano de melhor desempenho do mercado brasileiro”, ressalta.
Em relação ao acumulado, a expansão já é de 4,2 %. Ou seja, de janeiro a setembro deste ano foram emplacadas 2,3 milhões de unidades e, no mesmo intervalo de 2008, foram registradas as vendas de 2,21 milhões de veículos.
Automóveis e comerciais leves
Ao considerar apenas a produção de automóveis e comerciais leves, a queda de produção em setembro , em relação a agosto é de 7,7%. No período saíram das linhas de montagem 260.649 automóveis e comerciais leves, contra 282.300 em agosto.
A queda maior é notada no segmento de comercias leves, já que são veículos utilizados tanto para passeio quanto para transporte de cargas. Neste caso, a queda é de 9,3%, com 36.378 unidades fabricadas. No acumulado, a redução da produção dos dois segmentos chega a 10%: de 2.460.239 unidades produzidas entre janeiro e setembro de 2008, para 2.213.251 até setembro deste ano.
Exportações
O quadro reflete a forte quedas das exportações. No total de veículos, as exportações despencaram 42,8%. Entre janeiro e setembro de 2008 haviam sido vendidos no mercado externo 571.834 veículos, enquanto de janeiro a setembro deste ano foram registradas apenas 326.858 unidades. Desse volume, 310.513 foram carros (automóveis e comerciais leves ), que apresentaram queda de 41,4%. Já as exportações de caminhões caíram 67,9 % até agora. Foram 30.053 unidades vendidas no acumulado do ano passado, contra 9.656 neste ano. O segmento de ônibus acompanha a tendência e caiu 41,8%. De 11.499 unidades para 6.689. “A exportação continua no mesmo patamar de queda”, diz o presidente da Anfavea.
Em valores, a queda representa a venda total de US$ 5,57 bilhões. Isso significa, que as exportações em valores apresentaram queda de 48,3% em relação ao registrado entre janeiro e setembro de 2008, quando a indústria acumulou US$ 10,76 bilhões. Ou seja, o reajuste de preço dos produtos feitos por parte da indústria conseguiu estancar os prejuízos.
Empregos
Em setembro estavam empregados pelas montadoras 121.240 pessoas diretamente. O número é 0,6% maior em relação a agosto, quando as fábricas empregam 120.548 pessoas. No entanto , ao comparar com o volume de emprego de setembro de 2008, a queda é de 7,6%. Na época, trabalhavam diretamente nas fábricas das montadoras 131.159 funcionários. Segundo Schneider, os últimos anúncios de contratação feitos pela indústria só serão contabilizados nos próximos meses como postos de trabalhos.
(G1)