Retrômobilismo #110: um Laika com ainda mais espaço? Claro, a Laika Station Wagon
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Retrômobilismo #110: um Laika com ainda mais espaço? Claro, a Laika Station Wagon



A soviética Lada chegou ao mercado brasileiro com quatro novidades de uma só vez. A marca começou a oferecer o Laika Sedan, Samara, Niva e Laika SW quase que juntos. Assim como o sedã, a station wagon não tinha um aspecto muito bonito. Em teoria, a Laika SW concorreria com Fiat Elba e Volkswagen Parati na época de seu lançamento, mas na realidade não tinha um confronto direto. Apesar de ser a mais em conta, a Laika Wagon era velha demais para enfrentar as brasileiras, que no Brasil tinham trazido novidades nos últimos anos. Oferecida apenas na carroceria de quatro portas, a Laika Station Wagon media 4,13 metros de comprimento, 1,62m de largura, 1,45m de altura e entre-eixos de 2,42 metros. Mesmo importada, a Laika era 22% mais em conta que a Elba com quatro portas, com quem tinha uma briga maior, já que a líder Parati era vendida apenas com carroceria de 2 portas.


Enquanto o sedã cativava taxistas, a SW chamava a atenção das famílias que tinha um valor limitado para pagar num automóvel que tivesse bom espaço interno a um preço em conta. Com motor dianteiro, eixo cardã, tração traseira, suspensão dianteira independente com freio a disco e traseira com eixo rígido e barra Panhard. O motor que equipava o russo era o 1.6 8v que desenvolvia 72cv de potência e torque de 11,8kgfm, acoplado a um câmbio manual de 5 marchas. Com quase 1.000kg, o Laika acelerava de 0 a 100km/h em cerca de 16 segundos e velocidade máxima de 142km/h. O consumo ficava na casa dos 10,8km/l na média entre cidade e estrada. Apesar do nome Laika, na traseira o nome do russo era estampado pelas siglas "2105", nome do modelo vendido na Rússia. No interior, o Laika se destaca pelo seu volante fino e por oferecer apenas o básico no quadro de instrumentos: velocímetro, voltímetro e marcadores de combustível e temperatura. O volante causa estranheza. Muito fino e grande para os padrões e gostos do consumidor da época e da posição do contato, relatada que era bem incômoda.


 Entre os itens de série, o Laika oferece regulagem dos faróis e cinto de três pontos no banco traseiro como principais diferenciais entre os nacionais. Com mecânica robusta e de fácil acesso, a Laika Wagon era instável. A perua não tinha um bom conjunto de mola, amortecedores e suspensão, que não cantavam a mesma música e passavam uma sensação de instabilidade, diferente do Samara, por exemplo. Mesmo com uma aerodinâmica melhor que o Laika Sedan, a Laika SW era mais pesada e assim consumia mais. Na cidade a Laika fazia 8,89km/l e na estrada, 12,71km/l. O nível de ruído também era um ponto crítico. Em 1992 os preços iam de 6.000 a 12.000 dólares em toda a linha Lada. E nesse ano a Lada já tinha 126 pontos de venda, que ajudaram a marca russa a vender 23.500 unidades em dois anos de mercado. Apesar de custar US$8.565 na época, a Laika SW pecava por ter um projeto velho demais. A posição de dirigir não era das mais cômodas, o painel de instrumentos remetia a automóveis da década de 70, mas encantava ao trazer bancos aveludados e itens de série que os rivais tinham apenas como opcional. Na época, era considerada "imbatível" por oferecer "muito" por pouco.


Pena que essa mecânica simples e o preço imbatível iam por água abaixo quando o assunto era rede de assistência técnica. Mal adaptados ao solo brasileiro, a russa - assim como a maioria dos outros três russos - sofreu com as condições climáticas, que traziam alguns problemas que muitas vezes eram pequenos, mas enchiam a paciência do proprietário de ir toda hora a uma concessionária para resolver, pois como se tratava de um importado, muitos mecânicos brasileiros não sabiam mexer na SW mesmo tendo uma mecânica simples. A linha Laika vendeu cerca de 33.000 unidades no país, o que não parece ser muito, mas para a época, com os consumidores receosos de modelos e marcas que invadiam o mercado, o Laika pode ser sim considerado um sucesso de vendas, mas vale ressaltar que tudo isso nos três primeiros anos. Saiu de cena no fim de 1995, quando a Lada deixou o país precocemente quando as vendas desabaram, entre 1994 e 1995.






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