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Curiosidades: Dois judeus, um nazista e um sucesso mundial: Qual a relação com o saudoso Volkswagen Fusca com o cruel Adolf Hitler?
O homem mais abominável do século XX com certeza foi Adolf Hitler. Após matar milhares de pessoas, devastar vilarejos, cidades e países, muito coisa boa aconteceu nesse período, mesmo que pelo pior cenário que podemos relembrar das nossas aulas de história quando tratávamos sobre o assunto. Desde a criação do projeto do Fusca, o carro de maior sucesso mundial havia sido o Ford T, que tinha vendido mais de 14 milhões de unidades em todo o mundo. Mas uma marca alemã nasceria em um momento entre a primeira e a segunda guerra mundial: a Volkswagen, que foi inaugurada em 1936. No início dos anos 30, mais precisamente em 1931, a Alemanha vivia uma recessão e era detentora de um dos piores índices de motorização. Maioria das marcas da Alemanha eram de marcas de luxo, como Porsche, Mercedes-Benz, BMW e a mais nova, a Auto Union, fundada em 1932 que depois se tornaria DKW e mais tardar em Audi, em 1965. Era fundada então a Volkswagen, que em alemã significa a conhecida frase: "carro do povo", que venderia carros em larga escala. Com novas estradas, poder maior de adquisição da população, a Alemanha precisava ter mais carros circulando por essas novas rodovias. A ideia também cativou Ferdinand Porsche, conceituado engenheiro alemão que trabalhava no projeto desde o início, em 1931. Nesta época Hitler havia ascendido ao poder na Alemanha, estando comprometido com a modernização do país e a recuperação da economia, principalmente do emprego.
Entusiasta por carros desde a juventude, Hitler via com bons olhos a ideia do carro do povo desde os tempos em que esteve preso, quando leu sobre Henry Ford. Para ele a ideia de um "carro do povo", feito por trabalhadores alemães e viajando por todo o país, era a exata realização da plataforma política de seu partido. Decidido a financiar uma empresa estatal para produzir os automóveis que traficariam por suas recém-inauguradas Auto-Bahns, Hitler deu sinal verde para o projeto. Foram 3 opções lhe foram oferecidas pelos engenheiros Josef Ganz, Edmund Rumpler e Ferdinand Porsche. Os primeiros dois eram judeus, e obviamente não agradaram a Hitler. Já Porsche era famoso pelo seu trabalho na Daimler (Mercedes-Benz), carros dos quais Hitler gostava, e, talvez mais importante, era amigo de Jacob Werlin, amigo e assessor para assuntos automotivos de Hitler. Em meados de 1933, Werlin, que conhecia Porsche dos tempos da Daimler-Benz, intermediou o encontro de Porsche com Hitler. Neste encontro, Hitler mostrou-se bem informado sobre os projetos de Porsche na NSU e com opinião formada sobre o "carro do povo". Hitler tinha pronto uma lista de exigências a serem cumpridas por Porsche, caso o contrato fosse efetivamente firmado:
O carro deveria carregar 2 adultos e 3 crianças (uma típica família alemã da época, e Hitler não queria separar as crianças de seus pais); Deveria alcançar e manter a velocidade média de 100km/h; O consumo de combustível, mesmo com a exigência acima, não deveria passar de 13km/l; O motor que executasse essas tarefas deveria ser refrigerado a ar, pois muitos alemães não possuíam garagens com aquecimento, e se possível a diesel e na dianteira; O carro deveria ser capaz de carregar 3 soldados e uma metralhadora e o preço deveria ser menor do que mil marcos imperiais (o preço de uma boa motocicleta na época). Adolf Hitler solicitou que Porsche condensasse suas ideias no papel, o que ele fez em 17 de Janeiro de 1934. Ele encaminhou uma cópia a Hitler e publicou o seu estudo chamado "Estudo Sobre o Desenho e Construção do Carro Popular Alemão". Ali Porsche discorreu sobre a situação do mercado, as necessidades do povo alemão, sua convicção na viabilidade de um motor a gasolina e traseiro (ao contrário do que Hitler queria) e, principalmente, fez um estudo comparativo com outros carros alemães frente ao seu projeto, onde concluía pela inviabilidade de vender o carro por menos de 1.500 RM. Hitler leu o estudo, mas manteve-se irredutível quanto à questão do preço, o que preocupou Porsche. Após alguns discursos sobre o projeto, Hitler finalmente colocaria a Associação de Fabricantes de Automóveis Alemães encarregada da execução do projeto. Apesar dos temores de Porsche, Werlin o convenceu a aceitar a verba de 20.000 marcos por mês para desenvolver o projeto. Assim, em 22 de Junho de 1934 o contrato foi assinado, e os equipamentos foram instalados na casa de Porsche em Stuttgart.
A equipe de Porsche era liderada por Karl Rabe, e contava com o designer Erwin Komenda (responsável pelo desenho da carroceria), Franz Xaver Reimspiess (que desenvolveria o motor final e o logotipo VW), Joseph Kales, Karl Fröhlich, Josef Mickl, Josef Zahradnik, e o filho de Porsche, Ferry. A produção só começou em 1937, onde recebeu o nome inicial de KdF-wagen, e a KdF decidiu que cada carro seria vendido por um sistema em que o interessado deveria pagar 5 marcos por semana e tomar posse do carro apenas depois de completar os pagamentos (como um "consórcio"). Apesar de não saberem exatamente quando o carro ficaria pronto, cerca de 175 mil alemães aderiram ao plano. Em 26 de Maio de 1938 foi colocada a pedra basilar da fábrica, com a presença do próprio Hitler. Mais de 70.000 pessoas participaram da solenidade. O evento teve pesada cobertura da mídia alemã, gerando alguma repercussão internacional, ideia do próprio Hitler, que pretendia exportar o carro para vários países. Em 15 de Agosto de 1940 o primeiro KdF Wagen deixou oficialmente a linha de produção, agora com nome interno "VW Typ 1". Era azul escuro/acinzentado, assim como seriam todos os KdF vendidos. Entretanto, até 1944 apenas 640 deles seriam produzidos, e nenhum chegaria às mãos dos que aderiram ao plano dos 5 marcos. Todos seriam distribuídos entre a elite do partido nazista. Assim nasceu o conhecidíssimo Fusca, a partir de dois judeus, um alemão, um nazista para construir o carro que se tornou o mais conhecido do mundo. Estranho, não?
*Artigo retirado do Wikipédia, 23/03/2015
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