O Ford Modelo T, o carro que colocou o mundo sobre rodas, está prestes a completar 100 anos. O primeiro exemplar começou a ser produzido em 27 de setembro de 1908, em Detroit, nos Estados Unidos. O sucesso foi instantâneo. De mecânica simples, fácil de dirigir e barato, era a concretização da visão de seu fabricante, Henry Ford, sobre o automóvel. Para o industrial, devia ser um veículo utilitário para ser usado pelas pessoas comuns e não, como ocorria, um artigo de luxo para milionários. O Modelo T vendeu 15 milhões de unidades até sair de linha, em 1927. Chegou a representar metade da frota mundial de veículos. A outra grande contribuição de Henry Ford à industrialização de massa viria em 1913, como conseqüência do Modelo T. Ao perceberem que o vai-e-vem dos operários entre o estoque de peças e a montagem do carro tomava muito tempo, Henry Ford e seus engenheiros desenvolveram o sistema em que as peças se moviam numa linha de montagem constante. Com isso reduziram o tempo de fabricação de doze horas para 93 minutos e o preço final de 850 para 260 dólares.
Apelidado no Brasil de Ford Bigode, devido ao formato das duas alavancas dispostas à esquerda e à direita do volante, o Modelo T sofreu poucas modificações nas versões seguintes. Até 1912, não havia porta ao lado do motorista. O carro fechado só apareceu em 1915. As versões coloridas sumiram em 1914 por uma razão industrial: a tinta preta secava com maior rapidez que as outras. O Focus foi escolhido para ser comparado ao Modelo T de 1908 por ser o carro global atualmente mais vendido da Ford.