Gurgel Carajás: O Jipe que usava base própria, mas usava motor AP da Volkswagen.
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Gurgel Carajás: O Jipe que usava base própria, mas usava motor AP da Volkswagen.


O UTILITÁRIO ESPORTIVO DA GURGEL, MOSTROU DETALHES INTERESSANTES, MAS A SITUAÇÃO LHE COBROU UM PREÇO ALTO.
A Gurgel começou a sua carreira nos anos 1970, o X12 que era derivado do Fusca, já fazia sucesso, mas a Gurgel viu que teria que lançar um carro maior que o X12 e esse usava o motor Volkswagen Boxer 1600 refrigerado á ar que gerava 11.2KGFMa2600RPM e 51CVa4600RPM na versão á gasolina e na versão á álcool gerava 11.8KGFMa2600RPM e 57CVa4600RPM.
O X12 com motor e tração traseira e usando a base do Fusca e o motor Boxer 1600 refrigerado ár de 51CV na versão á gasolina e 57CV na versão á álcool.
Em março de 1985 era lançado o Carajás, naquele tempo só existia dois utilitários esportivos no mercado: o Chevrolet Veraneio e o Envemo Camper, então a Gurgel resolveu entrar com algo maior que o X12 e fora que também existia o Toyota Bandeirante, o Carajás até tinha um visual próprio e um coleção de chaves que não era própria, ele media 4.11metros de comprimento, 1.70metros de largura, 1.75metros de altura e 2.55metros de entre - eixos, ou seja é do mesmo tamanho do EcoSport de hoje em dia, você quer saber a coleção de chaves? sim, vamos a ela: a das portas é dos caminhões Mercedes-Benz da época, a de partida é do Landau, a do tanque é de algum Fiat e do porta - malas era dos Volkswagen da época, no caso você sabe que a Gurgel até a chegada do BR 800 usava motor e caixa da Volkswagen, só que no caso da Volkswagen era complicado: onde o motor estava, a tração também devia estar(depois eu cito mais sobre ela), ele vinha com três opções de motor, o Volkswagen EA 827/MD 1.8 chamado de "bielinha" o seu diâmetro é de 81mm e o curso é de 86.4mm o que totalizavam 1781cm3, a sua taxa de compressão é de 8.3:1 na versão á gasolina e dotado de carburador de corpo duplo ele gerava 13.9KGFMa2600RPM e 86CVa5000RPM é basicamente um "AP de biela curta", a versão á álcool tinha de diferente a taxa de compressão que subia para 12:1 e com isso gerava 14.9KGFMa2600RPM e 92CVa5600RPM e a outra opção era MD 260 que era conhecido na Alemanha como EA 827 diesel, o seu diâmetro era de 76.5mm e o curso é de 86.4mm o que totalizavam 1588cm3, a sua taxa de compressão era de 23:1 e dotado de bomba injetora ele gerava 9.5KGFMa3000RPM e 50CVa4500RPM é o mesmo da Kombi diesel  e todos os motores citados são com bloco de ferro, cabeçote de alumínio e comando de válvulas simples no cabeçote acionado por correia dentada, em vez de um cardã convencional como em qualquer carro de tração traseira, optou pelo sistema chamado Tork Tube System em que o câmbio de quatro marchas que veio da Kombi, no que é diferente? o câmbio está junto com o motor nos modelos de tração traseira e motor dianteiro, mas no Carajás o câmbio está na traseira a transferência é feito pelo esquema, mas o esquema era muito frágil e desgastava muito o câmbio, fora que o câmbio não conseguia aguentar o torque do AP 1800.
    E ele vinha com o Seletration um diferencial blocante manual que bloqueava a roda que não tinha tração e transferia para que tinha, algo que vinha desde o X12, a sua suspensão é independente nas quatro rodas com braços arrastados, só que na dianteira em vez de mola tinha barra de torção e amortecedores hidráulicos aliás é a mesma da Kombi e na traseira utilizava molas helicoidais e amortecedores comuns, os freios são discos sólidos na dianteira e tambor na traseira vinham do Santana e a direção é do tipo Setor e Rosca sem fim e vinha da Kombi.
O Carajás chegava ao mercado com motores 1.8 á gasolina de 86CV, 1.8 á álcool de 92CV e o 1.6 á diesel de 50CV, mais tarde o 1.8 á gasolina passava a 90CV e estreava o 2.nada de "99CV" (na verdade 105CV).
Em junho de 1986 ele foi testado nas três versões, a á álcool foi de 0a100KM/H em 26.3segundos, a gasolina foi de 0a100KM/H em 26.9segundos e o diesel foi em eternos 42.7segundos, chegou a 132KM/H na versão á álcool, 129KM/H na versão á gasolina e 113KM/H na versão á diesel, o consumo urbano foi de 4.2KM/L no modelo á álcool, 6.2KM/L no modelo á gasolina e 10.2KM/L no modelo á diesel, mas a revista reconheceu que a situação é anormal, na rodovia vazio o modelo á álcool fez 6.8KM/L, o modelo á gasolina fez 11.2KM/L e o diesel fez 13.4KM/L e o modelo carregado fez 5.7KM/L na versão á álcool, 8.5KM/L na versão á gasolina e 11.3KM/L na versão á diesel, na opinião de qualquer pessoa deveria ter feito um câmbio específico e não a gambiarra como foi feita, infelizmente isso custa até hoje para os proprietários do Carajás, somado a falência da Gurgel.
   Em outubro de 1986 na linha 1987 a Gurgel tira de linha os modelos á álcool e entre eles o Carajás á álcool e começa a ter problemas com fornecimento de motores com a VW, já que o sucesso do X12 no Caribe, acabou enterrando o 181(na matéria do Fusca ele está, dê uma olhada lá), mas mesmo assim ele manteve o 1.6 á diesel e estreava o AP 1800 de bielas maiores e com isso gerava 14.2KGFMa3400RPM e 90CVa5200RPM.
   Em outubro de 1987 na linha 1988 nada muda, em outubro de 1988 na linha 1989 ele recebe a opção do motor AP 2000 apesar dos problemas com a Volkswagen, o seu diâmetro é de 82.5mm e curso é de 92.8mm o que totalizavam 1984cm3, a sua taxa de compressão é  de 8,3:1 e com isso gerava 16.4KGFMa3400RPM e 99CVa5400RPM(na verdade 105CV...) e os problemas com a Volkswagen o deixaram o Carajás 2.nada mais raro que o Puma GTB Turbo.
  Em outubro de 1989 na linha 1990 chegava a opção de quatro portas para o Carajás e o motor 1.6 á diesel dava oficialmente o seu adeus.
O Carajás ganha a opção das quatro portas, mas ele é bem raro.
E imagino o câmbio, coitado esse não aguenta o AP 1800, imagina o 2000 e em maio de 1990 é liberada as importações e com isso vários agravantes nas quatro grandes e você que leu matéria sobre carros das quatro grandes, você sabe o que ocorreu e a Gurgel caminhava rumo a falência, tanto que ele seguiu sem mudanças até a falência da Gurgel em 1993 e a própria Gurgel dava atenção ao Supermini/BR 800 que eram os carros com motor próprio dela, ou seja o Carajás foi vitima de não ter um cardã , foi vítima dos problemas com a Volkswagen e vitima da falência da Gurgel.
COMO SERIA O CARAJÁS MODERNO?
Bom um hipotético Carajás moderno, poderia ter o câmbio manual da Amarok básica de um turbo só, chassi poderia ser próprio ou da Amarok, o motor á diesel eu escolho o 2.nada 16V TDI da Amarok básica de só um turbo com 140CV e agora um motor Flex que é o EA 113 2.nada do Jetta que é basicamente um AP 2000 com cabeçote de fluxo cruzado e bloco alto.



 





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