Carros
Nem mais, nem menos. A pressão dos pneus precisa ser a recomendada pelo fabricante.Murcho ou muito cheio implica desgaste irregular e até roda e suspensão levam a pior
De fato, conferir a pressão dos pneus do carro é tarefa chata. É preciso se agachar e quase nunca se sai com as mãos limpas. Os que preferem se livrar desse “serviço sujo” têm que confiar na medição feita pelos frentistas mais atenciosos. De uma forma ou de outra, para evitar problemas, o importante é manter a pressão indicada pelo fabricante do veículo. Diferentemente do que se imagina, a borracha é um material permeável e o ar acaba escapando, mesmo se a válvula estiver perfeita.
E manter a pressão correta não é frescura. Existe uma grande diferença no comportamento do veículo se os pneus estiverem murchos (com menos pressão) ou mais rígidos (com mais pressão). Linus De Paoli, supervisor de engenharia de veículos da Ford, explica que antes de o fabricante determinar a pressão do pneu vários fatores são estudados até alcançar um equilíbrio. Por isso, é importante que a calibragem dos pneus esteja dentro dos parâmetros estabelecidos pelo manual do proprietário.
De acordo com Linus, os principais fatores observados no projeto de um carro em relação à pressão dos pneus são: o peso que terão que suportar; a medida (se for de perfil baixo, a pressão deve ser maior); o conforto para os ocupantes; a economia de combustível; a durabilidade dos componentes do veículo; e a segurança, já que esse fator pode alterar o comportamento dinâmico do carro.
Vazios
Rodar com os pneus vazios aumenta as chances de as rodas amassarem, já que a superfície do pneu se deforma com mais facilidade e a roda pode ser danificada facilmente. Se o impacto for muito grande, além da roda, a suspensão pode ficar comprometida. Como nessas condições existe maior dissipação da energia, o consumo de combustível aumenta. Quando a pressão dos pneus está baixa, o desgaste é irregular (concentrado na extremidade externa do pneu), além de ficar impedido de levar muita carga para o peso não deformar demais os pneus. Por fim, se estiver muito vazio, o pneu pode até sair do aro.
Cheios
Se o motorista deixar os pneus cheios demais, o conforto fica comprometido porque eles passam a não absorver as imperfeições do piso. E esse impacto também compromete a durabilidade de outros componentes. Nessas condições, os pneus também sofrem desgaste irregular (concentrado no meio), além da perda de aderência. A única vantagem de deixar a pressão mais alta é a redução do consumo de combustível, que, devido aos vários outros pontos negativos, não vale a pena.
Segundo o engenheiro da Ford, não é necessário alterar a pressão nos trechos urbanos mais esburacados porque os testes realizados pelos fabricantes são feitos em várias condições de terreno. Mas existem situações extremas em que a pressão recomendada pode (e às vezes deve) ser diferente. Em areia fofa, o motorista pode diminuir a pressão dos pneus para aumentar a área de contato e impedir que o carro afunde. Já num caminho com pedras grandes o melhor é elevar a pressão para a roda não amassar.
Por isso, a pressão deve ser verificada pelo menos uma vez por semana e com os pneus frios. Se for viajar com carga máxima (passageiros e bagagens) é importante conferir no manual do proprietário qual é a pressão indicada para essa condição. Há modelos em que a pressão é a mesma para qualquer condição. Linus conta que existe uma tolerância de 1,5 libra, mas o motorista não deve abusar dessa diferença porque não é possível saber se os calibradores dos postos de combustível estão corretamente aferidos.
Automático
Alguns veículos têm um sensor que monitora a pressão dos pneus, equipamento que será obrigatório na Europa a partir de 2012. Para saber a pressão, basta o motorista conferir no painel de instrumentos. Se a pressão estiver abaixo da recomendada ou o pneu estiver furado, este sistema emite um alerta. Em alguns modelos mais sofisticados este sistema é tão eficiente que tem a função de calibrar os pneus sem a intervenção do motorista.
Outra opção é usar um minicompressor de ar que custa cerca de R$ 50 (www.comprafacil.com.br). Por ser leve e funcionar na tomada de 12 volts do carro esse produto serve para calibrar os pneus em casa (em condições ideais por estarem frios) e também pode ser levado para qualquer lugar. É importante prestar atenção porque nem todos os compressores vêm equipados com o manômetro (instrumento usado para medir pressão). Ou então, para quem quer apenas conferir a pressão dos pneus, existe um medidor digital que registra esse valor. O preço é de R$ 80 (www.submarino.com.br.).
Fonte: Vrum
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