Alguns leitores viram o ônibus híbrido na TV Globo (programa Mais Você e no Jornal Nacional) e me perguntaram: o ônibus não tem motor para gerar energia?
A resposta é não! Por incrível que pareça!
Para nivelarmos conhecimento, quem não sabe o que é um veículo hibrido, sugiro primeiro a leitura dos posts a respeito, que foram publicados neste BLOG, como, por exemplo:
http://carros--devemduvida.blogspot.com.br/2011/12/o-que-e-um-carro-hibrido.html e http://carros--devemduvida.blogspot.com.br/2011/12/qual-diferenca-entre-um-carro-eletrico.html
Feito isto, vamos ao ônibus mostrado na TV. Ele foi desenvolvido na COPPE/UFRJ e é um protótipo que alia duas tecnologias bem avançadas: veículos híbridos e células a combustível. Comento cada uma delas.
Veículo híbrido: neste projeto é usado o que há de mais moderno, com geração de eletricidade a partir de hidrogênio e recuperação de energia de frenagem, com a comutação dos motores de tração em geradores, ambos os sistemas carregando baterias. Uma terceira fonte ainda pode ser usada, quando o ônibus está parado, ele pode ser ligado à rede elétrica e as baterias são carregadas. A energia acumulada nas baterias é que alimenta os motores de tração.
Células a combustível: esta é uma tecnologia revolucionaria, desenvolvida há décadas para gerar energia nas espaçonaves (americanos e russos empregam esta tecnologia desde a década de 70). Nos anos 90 as células (ou pilhas) a combustível chegaram aos sistemas de geração de alta confiabilidade (como computadores de defesa ou de grandes bancos), mas o equipamento ainda era muito caro e só se justificava quando a falta de energia poderia causar grandes prejuízos (custo da falha).
Já nos anos 2000 as ?fuel cells? tiveram seu custo de produção um pouco reduzido e a possibilidade de uso em veículos passou a ser aventado. A barreira ainda é o custo, mas a tecnologia já está bem dominada.
As células contém placas que, ao contato com o hidrogênio, geram uma reação química que gera energia elétrica e água (combinação de oxigênio e hidrogênio).
No caso do ônibus da COPPE que está em demonstração na RIO+20, ele é alimentado com hidrogênio comprimido, armazenado em cilindros parecidos com os de GNV e converte este combustível em energia elétrica, que é a parte principal do sistema de alimentação das baterias, as quais fornecem energia para os motores de tração e demais sistemas do ônibus.
A COPPE informa que a autonomia é de 300 km, coerente com a aplicação do ônibus numa linha regular numa grande cidade.
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