Razões pelas quais os carros elétricos dominarão a América do Norte
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Razões pelas quais os carros elétricos dominarão a América do Norte


Que os sistemas de transportes, em quase todas as partes do mundo, precisam ser repensados, isso ninguém dúvida. E as razões não são poucas. A população mundial que está em torno de 7,2 bilhões de pessoas, deverá continuar crescendo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a população urbana em 2014 foi responsável por 54% do total da população mundial, acima dos 34% em 1960. Estima-se que até 2017, mesmo nos países menos desenvolvidos, a maioria das pessoas estará vivendo em áreas urbanas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) a população urbana mundial deverá aumentar em 84 por cento até 2050, passando de 3,4 bilhão em 2009 para 6,3 bilhões em 2050. Em meados do século a população urbana mundial, provavelmente, será do mesmo tamanho da população do mundo em 2004. As projeções revelam que a população total da terra em 2050 será de, aproximadamente, 9 bilhões de pessoas. O rítmo de crescimento do consumo e de deslocamentos, business as usual, não é sustentável, daí a principal razão para mudanças pontuais em várias áreas, especialmente, nos transportes. 

A ONG Rock Mountain Institute fez uma análise dos sistemas de transportes nos Estados Unidos da América, evidenciando que no país a cada ano, os carros custam, a nação Norte Americana, mais de 1 trilhão de dólares. A frota queima cerca de 2 bilhões de barris de petróleo, e emitem cerca de 1,5 gigatoneladas de dióxido de carbono, um quarto de todas as emissões norte-americanas. O custo social indireto destes veículos, incluindo a poluição, perda de produtividade (tempo que se perde no trânsito), o uso da terra para construir estradas e estacionamentos, construção e manutenção de estradas, acidentes e mortes, custam outros 2 trilhões de dólares por ano, elevando o, impressionante, total anual para US$ 3 trilhões.

Uma grande parte do problema, é a frota de carros e como ela é utilizada. Os veículos, atualmente, são grandes, subutilizados, ineficientes, poluidores, e perigosos. O carro pessoal fica em média 95 por cento de sua vida útil, parado em estacionamentos. Quando em uso, na maior parte do tempo (em mais de 75 por cento das vezes), tem apenas o motorista no carro, mesmo que os veículos sejam projetados para quatro, cinco ou mais ocupantes. O tempo que as pessoas ficam presas no trânsito, é improdutividade que a nação contabiliza.

Além disso, dezenas de milhares de Norte Americanos são mortos e centenas de milhares ficam feridos em acidentes de carro a cada ano. E, finalmente, os motores a gasolina queimam combustível relativamente caro de forma ineficiente, pois apenas, em torno de, 20 por cento da energia gerada pelo motor de combustão interna, é convertida em energia para movimentar o carro.

O proprietário de carro nos Estados Unidos gasta, em média, cerca de US$0,59 por milha (US$ 0,37 por quilômetro) para operar um veículo pessoal, o que perfaz um custo anual de cerca de US$ 15.000 por família. Ano após ano, o transporte pessoal é a segunda maior despesa para a família típica Norte Americana, atrás apenas de habitação e maior do que a soma da alimentação e lazer.

O sistemas de transporte público também são subutilizados em muitos mercados Norte Americanos. Isso muitas vezes resulta em subsídio do contribuinte, uma pena crucial de apoio ao combate à desigualdade de transporte, uma vez que tal transporte público oferece, frequentemente, a única opção barata para aqueles que não podem ter carros.

A mudança de paradigma do sistema de transporte no país poderá proporcionar redução de custos de US$ 0,59 (US$ 0,37 por quilômetro) para US$ 0,15 por milha (US$ 0,06 por quilômetro), e quando combinado com o transporte público, pode garantir economia anual de US$ 1 trilhão. O cidadão que dirige, também, seria beneficiado, pois, cada família com dois carros, que dirige 12.000 milhas (19,2 mil km) por ano, reduziria seus custos de transporte anuais, em mais de US$ 10.000.

Além do benefício monetário, a mudança de paradigma pode reduzir o consumo de petróleo dos Estados Unidos em 50 por cento (próximo ao total de 2 bilhões de barris associados aos nossos veículos ligeiros), e reduzir as emissões de dióxido de carbono por 1 gigatonelada por ano.

A motorização elétrica começa a dominar o custo total quando os veículos são melhor aproveitados. Veículos a gasolina tradicionais têm custo operacional muito alto devido à manutenção, reparação, e, claro, combustível. Por outro lado, embora os veículos elétricos (VEs) custam, atualmente, mais do que os modelos similares com motor de combustão interna (os preços estão caindo rapidamente em direção a paridade com os automóveis convencionais), eles custam significativamente menos para operar, pois a eletricidade é mais barato (e tem preço estáveis) do que a gasolina, diesel e gás (mesmo considerando a redução atual).
Além disso, os veículos elétricos são, pelo menos, três vezes mais eficientes, do que os movidos a combustível fóssil e, também, têm menos peças móveis (menos manutenção e reparação). Os veículos com motor de combustão interna movidos a gasolina ou diesel não se encaixam bem em um mundo de alta utilização, que precisa reduzir as emissões e evitar as alterações climáticas. Portanto, os veículos elétricos deverão dominar a mobilidade na América do Norte e muitas outras partes do mundo desenvolvido. Quem apostar contra, deve estar disposto e preparado para arcar com os ônus.

Evaldo Costa
University of califórnia - Invited Researcher of Institute of Transportation Studies (ITS)
Plug-in Hybrid & Electric Vehice (PHEV) Research Center - UCDavis

Phd Student and Researcher of the University of Lisbon


Postagem: Razões pelas quais os carros elétricos dominarão a América do Norte
Publicado no Verdesobrerodas


Origem: ONU/OMS/RMI






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