Começando as aulas de direção: e se o carro "apagar"? A arrancada e o controle de embreagem.
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Começando as aulas de direção: e se o carro "apagar"? A arrancada e o controle de embreagem.



Esse post é pra você, jovem padawan que está dando seus primeiros passos no caminho para a tão sonhada carteira de motorista.

Resolvi falar disso, pois ontem estava dirigindo em um bairro aqui da minha cidade (Liberdade, em Divinópolis-MG) que enche de carros de auto escola, pois é onde o exame de direção é feito. 

Esperando minha vez de entrar numa rotatória, uma mocinha (bem bonita, diga-se de passagem) que estava na minha frente deixou o Mille apagar. Ela ligou o carro de novo, tentou arrancar, mas só deu aquele tranco no carro. Isso se repetiu três ou quatro vezes. Não queria pressioná-la, de forma alguma. Tenho a maior paciência do mundo com quem está aprendendo. Mas é óbvio que ela ficou nervosa ao me ver no retrovisor. Como eu já devia estar atrapalhando ela e também não podia esperar, ultrapassei e fui embora. Mas queria ter tido a oportunidade de dizer à ela parte do que vou dizer aqui. Não por ela ser bonita. Ok, sejamos honestos: talvez um pouco por isso também, hehe. Mas faria isso por outras pessoas, pois morro de pena. Eu sei como a sensação dessa situação é horrível, principalmente quando algum imbecil cola na traseira, começa a piscar os faróis, buzinar e o caralho a quatro.

Ainda me lembro da minha primeira aula de direção, em janeiro de 2012. Antes mesmo de sair da auto escola, aquele que foi um dos meus instrutores, o primeiro deles, virou pra mim e disse "Se o carro apagar, não se preocupe, viu? Acontece! Não tem nada demais. Hoje mesmo um colega meu me pediu pra manobrar o carro dele ali no estacionamento e eu deixei ele apagar. É um Civic, nunca tinha dirigido um desses. Cada carro é de um jeito." Não falei nada pra ele, mas o básico de dirigir eu já sabia desde... nem sei. Mas na minha primeira vez na prática mesmo, na roça, aos 14 anos (e 1,80m de altura, dando pra disfarçar um pouco a idade pra mais velho, rs), deixei o Mille EP (saudades) que meu pai tinha apagar várias vezes.

Provavelmente isso é o que mais aterroriza os aspirantes a motorista, especialmente no primeiro dia de aula. Afinal, é quase certo que este será seu primeiro obstáculo, na sua primeira tentativa de arrancar.

Acalme-se, pois é a coisa mais normal do mundo. Depois de algum tempo, vai acontecendo cada vez menos. É claro que depois de alguns anos, nós tiramos um sarro dos outros quando isso acontece com eles, e os outros fazem o mesmo com a gente quando nós somos a vítima. Eu e meu pai vivemos zoando um ao outro quando isso acontece, principalmente na entrada da garagem daqui de casa. Essa é clássica. Mas é só brincadeira. Nunca deixa de acontecer, por mais rara que se torne esta situação e por melhor que seja o motorista.

Existe algo que parece muito coisa de quem cresceu assistindo filmes e desenhos sobre carros, mas realmente há algo que se chama: sentir o carro. Não sei se foi Nelson Piquet ou Ayrton Senna que certa vez disse que "o carro é uma extensão do corpo". E é pura verdade! Então na medida que vamos conhecendo essa nova parte, vamos aprendendo a controlá-la.

E no caso, aqui, vamos nos concentrar só com uma, aliás, duas partes: nossos pés junto ao acelerador e a embreagem. Entenda o seguinte: na arrancada, digamos que a embreagem seja o quanto você segura o carro, e o acelerador o quanto você o empurra. Afiando a sensibilidade para lidar com esses dois pedais, você domina não só a arrancada, como também o controle de embreagem. E mais pra frente terá um bom jogo de cintura, digo, de pés, para aprender outras coisas, tipo achar uma boa faixa de rotação para fazer as trocas de marcha sem que o carro perca pouco rendimento, freio-motor e por aí vai.

Mas vamos voltar ao princípio, certo? Pés no freio e na embreagem, engatou o câmbio na 1ª marcha e vamos lá...

Depois esse processo vira algo super natural. Como já dei a entender, você faz como se estivesse movimentando uma parte do seu próprio corpo. Até lá, preste atenção nos sinais que o carro vai te dar. Ou melhor, sinta-os. Vá soltando a embreagem e quando sentir o carro começando a vibrar, comece a acelerar e termine de soltar a embreagem. Se tremer demais, é porquê vai apagar. Não se desespere. Apenas enfie o pé no pedal da embreagem lá no fundo de novo, antes que apague, e repita o processo.

Se for subindo o morro, é hora do temido controle de embreagem (nenhum bicho de sete cabeças, gente). Aí vale o mesmo que eu acabei de falar, mas com um pé na embreagem e o outro no freio. Sem pânico, vá soltando a embreagem sem tirar o outro pé do freio. Quando der a tremidinha, solte o freio e rapidamente já pise de leve no acelerador.

Digamos que exista um ponto de equilíbrio entre a embreagem e o acelerador. Isso muda de um carro para outro, e também, vai depender das condições de desgaste da embreagem. Se for novinha, é só soltar um pouquinho que o "bicho avança", e na medida que vai envelhecendo e sendo gasta, esse ponto vai ficando mais alto. Vá experimentando cada milímetro que você pode pisar ou soltar nesses pedais, até encontrá-lo (o ponto de equilíbrio). Uma hora, chegará ao ponto certinho de manter o carro estável na subida. Acelerou mais e pisou menos na embreagem, e o carro sairá andando normalmente.

Claro que tudo isso são comandos que vocês estão cansados de ouvir dos seus instrutores. Mas o que falta ouvir deles, muitas vezes é isso: acalme-se, concentre-se, preste atenção no que o carro transmite a você, no que ele te pede, sinta isso, e faça o que for necessário. Resumindo, é isso. Sem pânico, e com sensibilidade para domar a máquina, fazendo desta, parte de você. Lindo, não?

Bem, se eu pensar em qualquer outra coisa que possa ajudar nessas aulas ou no exame de direção, mesmo que pouco, voltarei a escrever este tipo de post.

Seria mais legal ainda um vídeo mostrando esses procedimentos, não? O que acham? De uns tempos pra cá, pessoas falam que eu deveria criar um canal no YouTube. Mas não tenho os equipamentos para fazer algo de boa qualidade, não manjo de edição e não sei se eu seria bom falando com a câmera. Resolvendo tudo isso, também não falaria só de carros e automobilismo, mas de outras coisas que gosto também. Vou pensar mais no assunto...

Até a próxima, pessoal!


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Um abraço!
Paulo Vitor




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