Carros
Lada Laika 1990
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| Lada Laika |
O objetivo desse blog é relembrar os carros clássicos fabricados no Brasil nas décadas de 70, 80 e 90, porém não resisti a tentação de falar um pouco sobre um carro que, mesmo não tendo sido fabricado no Brasil, marcou uma época extremamente importante, chegando a ser símbolo (tanto para o bem quanto para o mal) da abertura do Brasil às importações de automóveis em 1990.
O Lada Laika foi baseado no Fiat 124, lançado em 1966 – carro que o governo soviético escolheu para fazer na época, quando contratou a Fiat para desenvolver a indústria automobilística no país. O carro foi bastante reforçado estruturalmente pelos italianos, de modo a resistir as péssimas condições das estradas de lá.
Recebeu a denominação 2105, sendo lançado oficialmente na União Soviética em 1974, pela empresa AvtoVaz, recebendo motores 1.2, 1.3, 1.5 e finalmente 1.6 (versão que veio para o Brasil).
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| Lada 2105 |
Em Setembro de 1990, logo após a abertura dos portos aos automóveis importados, a Lada anunciou a importação de um lote inicial de 20.000 veículos. Entre eles, além do Lada Laika, também viriam os modelos Niva (jipe off road) e Samara (coupê dois volumes). Em quase seis anos de mercado no Brasil o Laika vendeu cerca de 33 mil unidades.
O fim da era Lada no Brasil deu-se em 1995, com a alteração do imposto cobrado para os veículos importados um ano antes, editada pelo então ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, Ciro Gomes, o que inviabilizou completamente o negócio e abalou a Lada no Brasil, obrigando-a a bater em retirada no mesmo ano.
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| Lada Laika |
Com uma estratégia de propaganda agressiva, mirando como principal rival o então ressuscitado Fusca (apelidado de Fusca Itamar), custava na época cerca de US$ 6.850,00, mais barato do que o Fusca, que custava em torno de 7 mil dólares. Veja abaixo o comercial veiculado na época comparando os dois carros:
Além do preço, tinha como ponto forte também a carroceria versatíl e espaçosa, fazendo sucesso entre os taxistas, mesmo sem contar com a isenção de impostos concedidos à compra de taxis, só válido para carros nacionais. Fora isso o desenho antiquado causou certa rejeição por parte dos consumidores comuns, além do medo de falta de peças de reposição e assistência técnica (fato esse que acabou se confirmando).
Outro fator era a má tropicalização dos carros, que não vinham adaptados para trabalhar com a gasolina com etanol disponível no Brasil, com constantes os problemas no sistema de alimentação.
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| Propaganda da época de lançamento |
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| Reportagem da revista QR sobre a chegada dos primeiros lotes em 1990 |
Desempenho: O modelo foi testado pela revista Quatro Rodas na edição de Julho de 1991. Vinha equipado com motor 1.6, de 4 cilindros e 72 cv de potência, e chegava a 142 km/h de velocidade máxima, acelerando de 0 a 100 km/h em 15,4 segundos.
O carro foi elogiado pela boa posição de dirigir, câmbio preciso, espaço interno (auxiliado pela quatro portas, item ainda raro no Brasil à época) e os equipamentos de série. As críticas por sua vez eram a respeito do estilo ultrapassado, oscilação do eixo traseiro, volante antigo e pouco ergonômico e o excesso de chaves (era uma para ignição, outra para o tanque e mais uma para o porta-malas).
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| Volante antiquado, porém painel de instrumentos suficiente |
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| Ventilação e regulagem dos faróis |
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| Desembaçador traseiro - item de série |
O modelo teve a sua produção encerrada na Rússia no final de 2011, resistindo bravamente por lá ainda por quase duas décadas. Ainda pode-se encontrar outros veículos Lada zero-quilômetro sendo vendidos em alguns países da América do Sul, como Venezuela, Equador e Colômbia.
Créditos: Revista Quatro Rodas / Internet
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