VW Bora 2.0 litros, 4 cilindros, mecânico, 4 portas, 2007
km inicial do teste ? pouco mais de 37.700 km
km rodados ? mais de 250 km
Local do teste ? Buenos Aires e arredores, Dez/2010
Cenário de teste ? cidade, vias expressas, estradas secundárias e auto-estradas na Argentina.
Considerações iniciais ? Este Bora é idêntico ao que foi vendido no Brasil. Na sua versão TrendLine este 2.0 exibe bom nível de acabamento e acessórios originais. Nos Estados Unidos ele foi chamado de Jetta e precedeu as versões mais atuais que rodam por lá e recentemente também no Brasil (aquela do cachorro que fala...). Para quem não prestou atenção, este Bora é a versão sedã do Golf em sua quarta geração (européia).
Na direção ? A direção hidráulica é leve e não muito direta. Não transmite as irregularidades do solo, a sensação é de conforto com segurança. A posição de dirigir é boa, mas um pouco apertada. O rodar é agradável e silencioso. Nas ruas mais esburacadas o nível de ruído continua baixo, mesmo com a alta quilometragem que o carro já apresentava, já nas de paralelepípedo o Jetta denotava não estar a vontade, com muitos ruídos pelo interior do painel e acabamentos internos.
Nas auto-estradas o Bora encontra seu melhor cenário, mesmo andando a 130 km/h (limite de velocidade por lá) o carro permanece estável e silencioso. Está longe de ser um esportivo, mas o motor 8V responde bem em qualquer rotação.
Do motor e câmbio ? O quatro cilindros, de 2.0 litros, não é silencioso, mas vibra pouco, com o bom isolamento acústico, ele fica ?do lado de fora?. O câmbio mecânico de cinco marchas é bem escalonado e ajuda no desempenho, mas seu acionamento é duro, com engates secos. O torque elevado já aparece desde os 1500 rpm, o que gera conforto para quem não gosta de trocar de marchas, mas não quis investir num câmbio automático. Apesar de não ter rodado muito com o Bora, deu para perceber que a fama de "beberrão" é realista.
Da suspensão e do chassis ? A suspensão está bem adaptada às estradas de padrão europeu, argentino ou mesmo às brasileiras (as piores, disparado). A carroceria é bem construída e os encaixes das partes são bem feitos.
Do acabamento e conforto ? O acabamento interno é agradável e bem cuidado, não há rebarbas nos plásticos ou encaixes desalinhados. Os materiais são de boa qualidade, o som original não passa de razoável, mas o aparelho conta com tecnologia Bluetooth e convenientes entradas USB e cartão SD. As portas não são muito grandes, mas tem bom ângulo de abertura, ainda assim o acesso não é dos mais fáceis para um carro desta categoria.
No painel, a iluminação azul com detalhes em vermelho agrada à maioria (estou fora dela) e o plástico emborrachado transmite uma sensação de conforto. Regulagem elétrica de altura dos faróis, vidros elétricos em todas as portas, retrovisores e porta-malas elétrico, ar condicionado digital e teto solar elétrico, compõem bem um pacote de conforto, mas o descansa braços é incompatível com a alavanca do câmbio mecânico, pois não sobra espaço para trocar de marcha quando ele está abaixado.
O painel central, que se une com o console, é discretamente virado para o motorista, sendo esta proposta bem interessante e atual, mas o desenho do aparelho de som e do controle do ar condicionado, destoa, pois está totalmente desatualizados, mesmo para um carro de 2007. Os bancos são duros, seguindo o padrão da marca, mas há regulagem de altura nos dois acentos dianteiros.
Pontos fortes ? Suspensão confortável e segura. Bom acabamento. Boas respostas do motor ao acelerador. Bom preço de revenda no Brasil, mesmo tendo saído de linha. Ele é o Golf brasileiro na versão sedã, o que lhe garante alguma atualidade.
Pontos fracos ? Espaço interno para um carro desta faixa de preço. Alto custo de manutenção no Brasil. Defasagem tecnológica com relação aos modelos europeus e americanos fabricados no mesmo ano. Consumo alto de gasolina.
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